O termo ‘savoir-faire’ é um dos mais utilizados no mercado de luxo. Ele significa basicamente: saber fazer. Esse é o grande segredo deste segmento, que envolve não só a inquestionável qualidade, mas também o marketing, a psicologia, dentre outros.
Dentro deste saber fazer estão as estratégias das grandes marcas de luxo em sempre se manterem desejáveis, em destaque, e superando a concorrência. Para isso, é necessário inovar e pensar sempre fora da caixa.
A associação do luxo com a arte e a cultura é algo que já acontece há muito tempo e enobrece ainda mais esse luxo. Pessoas que consomem o real luxo, sem ser somente por aparência, são pessoas que estão sempre conectadas a algum tipo de cultura, interesse por arte, livros, histórias. No geral, são pessoas que buscam além do supérfluo, são inteligentes e engajadas.
Cada setor deste mercado aposta em diferentes estratégias. Muitas têm como cartaz a contratação de personagens famosos, celebridades e artistas, que conversem com o estilo da marca, e que tragam atrativos para o público que consome.
Obviamente, o
Taittinger Collection Series
A Taittinger Collection Series foi concebida no final dos anos 1970 por Claude Taittinger. Há muito tempo um patrono das artes, com um interesse apaixonado pelas escolas modernas de pintura e escultura, ele percebeu uma aliança natural entre a criação do artista e a arte de um grande enólogo. Assim, em 1983, a Maison Taittinger apresentou a primeira de sua revolucionária Collection Series, unindo arte e Champagne no design de uma garrafa especial. As garrafas desta coleção são lançadas apenas em grandes safras, de uma seleção dos melhores cuvées do ano.” Para ilustrar as garrafas da Taittinger Collection foram convidados artistas escolhidos a dedo para criar as deslumbrantes garrafas especiais. Lembrem-se do que eu disse: no luxo nada é escolhido à toa. Nem os artistas, nem os temas. Vamos aos escolhidos: 1978 - Victor Vasarely (pintor e artista gráfico francês), 1981 – Arman (pintor e escultor americano), 1982- André Masson (artista francês), 1983 – Vieira da Silva (pintora portuguesa), 1985 - Roy Lichtenstein (pintor novaiorquino), 1986 - Hans Hartung (pintor francês), 1988 – Toshimitsu Imai (pintor japonês), 1990 – Corneille (artista holandês).
Veuve Clicquot & Yayoi Kusama
A Maison Veuve Clicquot começou um projeto de design com artistas famosos, em sua edição de La Grande Dame, seu cuvée de prestígio, na safra 2012. Yayoi é uma artista japonesa reconhecida pela sua audácia e pelas Polka Dots (ou “bolinhas infinitas”), e foi escolhida para engrandecer este rótulo, que fez bastante sucesso no mercado. Em 2015, safra seguinte lançada, convidaram a artista italiana Paola Paronetto. A tendência é seguirem com estas edições limitadas à cada safra deste rótulo.
Veuve Clicquot & Yayoi Kusama
Perrier Jouët Belle Époque & Émile Gallé
Desde os primórdios, a garrafa do cuvée de prestígio da Perrier-Jouët, Belle Époque, carrega em suas garrafas as anêmonas do artista Émile Gallé, famoso por suas pinturas em vidro. E diz a história que foi em uma das visitas deste artista e amigo dos fundadores da Maison à adega do casal, em 1902, que ele pintou a primeira garrafa de Belle Époque com as anêmonas, como um presente a eles. Ficou tão incrível, que virou a marca de Perrier-Jouët, e é reproduzida até hoje em todas as garrafas, que seguem sendo finalizadas a mão. E a ligação com arte não para por aí: A Maison Belle Époque, em Épernay, é o maior acervo particular de obras do período da Art Nouveau do mundo. Com obras não só de Émile Gallé, mas também de Majorelle, Guimard, Toulouse-Lautrec e Rodin.
Perrier Jouët Belle Époque & Émile Gallé
Piper Heidsieck & Festival de Cannes
O champagne oficial de um dos maiores festivais de cinema do mundo, o Festival de Cannes, elabora todos os anos, desde 1993, uma garrafa Jeroboam (três litros) exclusiva, desenhada com o pôster do Festival daquele ano. Uma homenagem ao cinema e a parceria de longa data das marcas. Piper Heidsieck é mundialmente conhecida por ser a marca icônica que aparece em grandes filmes, sendo conhecido como o champagne dos tapetes vermelhos. Cinema e arte atrelados em uma borbulhante harmonia.
Piper Heidsieck & Festival de Cannes
Estes são alguns exemplos da arte da enologia aliada à grandes artistas plásticos de diferentes épocas e estilos. Existem vários outros, cada um com sua particularidade.
E para honrar esta ideia de arte e vinho, como uma grande amante deste tema, criei uma oportunidade para quem estiver em Belo Horizonte no mês de fevereiro: Uma noite no museu. Projeto que criei, que trará um jantar de gala em um dos museus ícones de Belo Horizonte, o Inimá de Paula. Com grandes e famosos rótulos franceses como Champagnes, Chablis e o aclamado Châteauneauf-du-Pape, no dia 13 de fevereiro.
Uma oportunidade para unir a alta gastronomia, cultura, arte e exímios rótulos. Garanto que será inesquecível.