‘Sem esculacho': veja momento em que criminosos se entregam após negociação com policiais no Rio

As imagens da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro também mostram o momento em que cerca de 26 criminosos foram presos dentro de uma casa no Complexo da Penha e negociam com policiais e jornalistas.

Eram 14h49 de terça-feira (28), quando a operação mais letal do estado já passava de nove horas. Nesse momento, os policiais negociavam para que os homens se entregassem. No local, foram encontrados 19 fuzis.

Três policiais aparecem do lado de fora da casa e avisam aos criminosos que a imprensa acompanhava toda a ação.

“Tem imprensa aqui! A imprensa tá aqui, federal. Vem na moral, filhão. Na moral, na moral. Sem esculacho, filho. A imprensa tá aqui, irmão”, diz um dos policiais, em imagens exibidas pelo Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (2).

As imagens foram registradas por um repórter cinematográfico que acompanha operações no Rio há 20 anos. Ele também conversa com os criminosos e diz: “Ó, câmera aí, ó!”

“Fui lá e conversei com eles. Falei: ‘Irmão, sou jornalista, estou aqui e vou registrar tudo. Vocês podem se entregar’. Aí eles se entregaram, começaram a sair um a um”, contou Jadson Marques, em entrevista à TV Globo.

O vídeo em que os 26 criminosos se rendem repercutiu nas redes sociais no dia da operação. Ele foi gravado por uma mulher que estava dentro da casa. Nas imagens, eles aparecem com as mãos na cabeça e gritam:

“Nós vai descer. Qual é, rapaziada, um atrás do outro! Tá geral sem camisa, pegou a visão? Nós vai descer aqui devagar, hein! Sem esculacho, mano, vai sair geral. Sem esculacho. O bagulho é tranquilidade!”, diz um dos homens que estava dentro da casa.

Na sequência, é possível ver todos descendo por um beco da Penha, algemados pela polícia.

Foto: Reprodução | Redes Sociais

No total, 121 pessoas morreram. Dessas, 115 já foram identificadas, 88 tinham anotações criminais e 66 eram de outros estados.

Entre os mortos estão os policiais: o inspetor Marcos Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos; os sargentos da tropa de elite da PM Cleiton Serafim Gonçalves, de 42, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39; além do agente Rodrigo Velloso Cabral, de 34, que havia se formado há apenas 40 dias.

Ao todo, 15 policiais ficaram feridos. Até este domingo (2), três estavam em estado gravíssimo.

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