A capital mineira passa a contar com o primeiro espaço público e gratuito de lazer criado especialmente para atender crianças autistas. O Parque Girassol será inaugurado nesta quinta-feira (18) e passa a integrar o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da capital mineira.
Com uma proposta multissensorial, o parque reúne elementos lúdicos e recursos que podem ser utilizados tanto de forma livre quanto como apoio a atividades terapêuticas. O funcionamento será das 7h às 21h, de terça a domingo.
O objetivo é oferecer um ambiente acessível, seguro e acolhedor, ampliando o acesso a estímulos que contribuem para o desenvolvimento e a socialização infantil.
O diretor da Ativa Inclusão acrescenta ainda que o espaço tem grande importância para a cidade, tanto para famílias atípicas quanto para famílias típicas. Segundo ele, o parque democratiza o acesso à saúde, ao lazer e à inclusão, ao oferecer um ambiente que até então não existia em Belo Horizonte nem no estado.
“É importante que pessoas e famílias atípicas ocupem os espaços públicos. O Parque Girassol dá a oportunidade de as famílias conversarem, confraternizarem e viverem a cidade fora das clínicas, nas ruas e nas praças. Muitas vezes, essas famílias ficam restritas a esses ambientes por dificuldades de acesso, transporte ou pelas especificidades de cada criança”, afirma à Itatiaia.
Estrutura e recursos
Com cerca de 150 metros quadrados, o Parque Girassol foi projetado para ampliar o acesso de crianças autistas e de pessoas com diferentes tipos de deficiência.
Entre elas estão deficiências visual, auditiva e motora. O espaço foi pensado para estimular coordenação, autonomia e percepção sensorial ao ar livre.
Entre os equipamentos instalados estão:
- Plataformas de movimento
- Painel sensorial
- Rota de equilíbrio
- Elementos de estímulos táteis.
Os aparelhos foram desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar formada por terapeutas ocupacionais, arquitetos, engenheiros, pais de crianças autistas e especialistas em acessibilidade.
Os recursos podem ser usados livremente ou como apoio terapêutico, quando a atividade é conduzida com acompanhamento de um profissional de terapia ocupacional.
Todos os equipamentos contam com QR Codes que direcionam para tutoriais acessíveis, com Libras, audiodescrição e legendas.
“O Parque Girassol é a ponte entre o ambiente clínico e o espaço público, onde as adversidades ganham acolhimento, respeito e bem-estar”, destaca a terapeuta ocupacional Barbara Moura.
Espaço de convivência e inclusão
Além dos estímulos ao desenvolvimento, o Parque Girassol propõe um espaço de convivência aberto a toda a população.
A iniciativa busca favorecer a socialização e a integração de crianças autistas nos espaços públicos da cidade.
O ambiente permite interações naturais entre famílias típicas e atípicas, contribuindo para o fortalecimento de vínculos, do senso de comunidade e da convivência na diversidade.
Investimento e expansão
O projeto está em fase piloto e recebeu investimento de aproximadamente R$ 500 mil.
A iniciativa foi idealizada e realizada pelo Instituto AMA e pela Ativa Inclusão, com apoio da Prefeitura de Belo Horizonte e da Fundação Municipal de Parques e Zoobotânica.
A manutenção diária do espaço será feita pelo município. A Ativa Inclusão será responsável pela garantia técnica dos equipamentos durante o primeiro ano.
Há estudos para expandir o projeto para outras cidades brasileiras, por meio de parcerias públicas e privadas.
A proposta é replicar um modelo que apoia o desenvolvimento e a saúde de crianças autistas, fortalece a convivência entre diferentes famílias e contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva.
Serviço:
- Inauguração: 18/12
- Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti
- Horário: terça a domingo, das 7h às 21h
(Sob supervisão de Alex Araújo)