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PCC usava fintechs para lavar dinheiro e sonegar bilhões em impostos

Através da fintech BK Bank os criminosos movimentaram cerca de R$ 46 bilhões

A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo descobriu, durante as investigações do esquema bilionário envolvendo o PCC, organização criminosa do estado de SP, que os crimonosos utilizavam fintechs para lavar dinheiro e sonegar bilhões em impostos.

A reportagem feita pelo Jornal Nacional, informou que, segundo os investigadores, o PCC usava a fintech BK Bank para operar o dinheiro ilícito e recorria às chamadas contas bolsão, na qual a fintech não precisa informar às autoridades o nome dos clientes e os valores que eles movimentam.

Como a fintech é uma instituição totalmente digital, ela mantém uma conta em um banco comercial tradicional. No entanto, essa conta não individualiza os saldos ou movimentações de cada cliente, o que dificulta a rastreabilidade dos recursos e torna mais complexo comprovar a origem e o percurso do dinheiro.

Segundo o Jornal Nacional, conforme apontam as investigações, o dinheiro dos postos de combustíveis ia direto para essas contas bolsão. Dessa forma, os criminosos conseguiam lavar esse dinheiro e dar aparência legal a fortuna.

No período de cinco anos, só no BK Bank, os bandidos movimentaram R$ 46 bilhões, aponta a Receita Federal. Dados da Receita Federal apontam que, com todo o esquema fraudulento, a organização criminosa sonegou mais de R$ 8 bilhões em impostos.

Fundos de investimento

Também foi identificado que a maior parte dos recursos estava aplicada em pelo menos 40 fundos de investimento. A maioria desses fundos era administrada pela REAG, uma das maiores gestoras do país, listada na Bolsa de Valores de São Paulo.

De acordo com a investigação, o montante aplicado nesses fundos chegava a R$ 30 bilhões. A REAG foi alvo de mandados de busca e apreensão.

O Ministério Público de São Paulo também solicitou esclarecimentos ao Banco Genial, responsável pela administração de um dos fundos que movimentou R$ 100 milhões. Ao contrário das fintechs, os fundos de investimento têm a obrigação legal de comunicar às autoridades qualquer operação financeira considerada suspeita.

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Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo