O traficante Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como líder do PCC e substituto de Marcola, deve deixar o presídio federal de Brasília e ser transferido para a Penitenciária de Presidente Venceslau (SP), unidade de segurança máxima.
O prazo para permanência de Tuta na capital federal termina no sábado (2). Cabe à Justiça decidir se ele será transferido para São Paulo. A Secretaria da Administração Penitenciária do estado e o Ministério Público paulista já se manifestaram favoravelmente pela transferência.
Tuta ficou foragido por cinco anos. O traficante foi levado para o presídio federal a pedido da Diretoria de Cooperação Internacional da Polícia Federal, que apontou a relevância dele dentro da organização criminosa e o alto risco envolvido em uma transferência direta para São Paulo, após sua prisão na Bolívia em 16 de maio.
A passagem por Brasília foi autorizada porque a chegada ao Brasil coincidiu com o dia de visitas na unidade de Presidente Venceslau, o que impedia seu envio imediato ao local.
Os advogados de Tuta pediram a transferência dele para uma unidade estadual, ressaltando que ele não possui condenação com trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso) e tem mantido bom comportamento desde sua progressão ao regime aberto, em 2014.
Histórico
Tuta passou a integrar a alta cúpula do PCC após a transferência, em 2019, de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção, para o sistema penitenciário federal.
De acordo com investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, ele integrava a chamada sintonia final de rua, que reúne os principais líderes da facção em liberdade, e era responsável por toda a logística do tráfico de drogas.
Sua importância foi descoberta na Operação Sharks, realizada em 2020. No ano passado, Tuta foi condenado a mais de 12 anos de prisão, com base nas denúncias apresentadas pela ação. A Justiça de São Paulo considerou que havia provas suficientes contra ele e outros três homens por associação criminosa e lavagem de dinheiro.