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Juiz decreta prisão preventiva de oito pessoas por golpe hacker em bancos

Quadrilha especializada em golpes cibernéticos e fraudes bancárias teria causado prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão

Quadrilha especializada em golpes cibernéticos e fraudes bancárias teria causado prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão

A Justiça de São Paulo decidiu manter a presa a quadrilha especializada em golpes cibernéticos e fraudes bancárias que teria causado prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão a diferentes instituições financeiras.

As prisões em flagrante de oito suspeitos foram homologadas nas audiências de custódia e, em seguida, convertidas em prisões preventivas, que não têm prazo para terminar.

Os presos são José Elvis dos Anjos Silva, Fernando Vieira da Silva, Rafael Alves Loia, Marcos Vinicius dos Santos, Klayton Leandro Matos de Paula, Guilherme Marques Peixoto, Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha e Nicollas Gabriel Pytlak.

Ao manter as prisões, o juiz plantonista Caio José Bovino Greggio apontou risco de “reiteração criminosa” se os suspeitos fossem colocados em liberdade.

“As figuras delitivas apuradas reclamam o uso de uma estrutura eletrônica sofisticada para sua consumação, circunstância que evidencia, em uma análise preliminar, que os investigados fazem da prática de crimes patrimoniais o seu ‘modus vivendi’”, argumentou o magistrado.

A audiência de custódia serve para o juiz analisar se a prisão foi legal e se não houve violência policial ou outras violações aos direitos do preso.

A decisão afirma que os suspeitos fazem parte de “um poderoso grupo criminoso com organização profissional” que teria causado prejuízos milionários a instituições financeiras, inclusive entidades públicas, circunstância que, na avaliação do juiz, “aumenta sobremaneira o nível de desvalor ético-jurídico da conduta dos increpados considerado o elevado prejuízo causado às referidas instituições”.

“Sendo os responsáveis, em tese, pela subtração de recursos do Arranjo de Pagamento Instantâneo, mediante acesso indevido a conta PI mantidas por instituições financeiras do Banco Central”, diz um trecho da decisão.

O juiz também autorizou a Polícia Federal a periciar os computadores e celulares apreendidos com o grupo. O acesso é imediato para evitar perda de conteúdos.

Em depoimento à Polícia Federal, eles negaram os crimes.

Fernando, José Elvis, Marcus Vinícus, Klayton e Maicon Douglas afirmaram que foram envolvidos no caso, sem saber do que se tratava.

Nicollas disse que estava passeando em São Paulo quando foi preso.

Rafael Loia disse não saber mexer com computador.

Guilherme Peixoto foi o único que se manteve em silêncio.

As defesas pediram nas audiências de custódia que eles respondam em liberdade. Os advogados de Rafael e José Elvis disseram que as provas contra eles são “genéricas” e que os dois não têm antecedentes criminais e possuem emprego formal. Rafael disse que trabalha em uma cozinha industrial e José Elvis declarou ser motorista.

Fernando se apresentou como empresário. A defesa dele afirmou que o flagrante da Polícia Federal foi irregular porque aconteceu à noite e sem mandado judicial.

O advogado argumentou ainda que a prisão prejudicaria a “reintegração social”.

Klayton disse trabalhar como desenvolvedor de softwares. Ele pediu liberdade alegando ter quatro filhos menores de idade e uma esposa grávida.

A defesa de Maicon Douglas, que diz ser comerciante, alegou que ele “não faz parte de nenhuma organização criminosa”. Nicollas afirmou que faz uso de remédios controlados e pediu para ser colocado com prisão domiciliar.

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