O Sudeste Asiático foi o principal destino das vítimas brasileiras de tráfico humano internacional no ano passado. É o que aponta o Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas de 2024, divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Justiça.
De acordo com dados da Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, a maioria dos casos de tráfico internacional se deu para fins de trabalho em condições análogas à escravidão (35 ocorrências) em plataformas digitais de apostas.
Os principais países foram Filipinas, Camboja, Mianmar e Laos. Segundo o levantamento, esses casos aconteceram, sobretudo, com aliciamento por meio de redes sociais e por pessoas conhecidas. Também foram registrados casos com a mesma finalidade na Nigéria.
Segundo a coordenadora-geral da CGETP, Marina Bernard de Almeida, o aumento do tráfico internacional de brasileiros nessa região tem levantado a preocupação das autoridades.
“É um ponto de atenção e que a gente vem, cada vez mais, pensando em instrumentos e ferramentas para enfrentar esse desafio, porque é uma região extremamente desafiadora, já que a rede consular ainda não é suficiente para lidar com esses casos. Tem toda a questão de adidâncias, do idioma, da cultura, do fator cultural. Então, a gente vem trabalhando para fortalecer cada vez mais esse trabalho de proteção desses brasileiros, de repatriação, de atendimento”, disse.
Apesar do crescimento do tráfico internacional para trabalho escravo em países do Sudeste Asiático nos últimos anos, a exploração sexual de mulheres na Europa segue constante. Por lá, os principais destinos foram a Bélgica e a Itália.