O Ministério Público Federal denunciou 15 pessoas suspeitas de integrar uma rede internacional de tráfico de mulheres para exploração sexual. Segundo o MPF, o grupo atuou por mais de quatro anos e levou brasileiras para outros países com a promessa de melhores condições de vida.
A denúncia já foi aceita pela Justiça, e os acusados passam a responder pelos crimes de tráfico internacional de pessoas, organização criminosa e rufianismo — quando há lucro com a prostituição de terceiros.
As investigações fazem parte da Operação Cassandra, conduzida em conjunto pela Unidade Nacional de Enfrentamento ao Tráfico Internacional de Pessoas e pelo Gaeco Nacional. De acordo com o MPF, o esquema era bem estruturado e funcionava em várias etapas para garantir o lucro com a exploração das vítimas.
O grupo atuava desde o aliciamento das mulheres no Brasil até o envio delas para o exterior. As vítimas recebiam promessas de trabalho e uma vida melhor, enquanto os criminosos providenciavam passagens e documentos. Em alguns casos, passaportes e outros papéis eram falsificados para burlar a fiscalização migratória.
Já fora do país, as mulheres eram submetidas a controle rígido. Segundo a denúncia, elas tinham a rotina monitorada, liberdade limitada e eram obrigadas a cumprir jornadas exaustivas. O grupo também controlava anúncios em sites de serviços sexuais e o agendamento dos programas.
As investigações apontam que as vítimas foram levadas para países da Europa, Oceania e Oriente Médio. O dinheiro obtido com a exploração era lavado no Brasil por meio da compra de bens, empresas de fachada e investimentos em criptoativos.
Com o andamento do processo, a Justiça vai ouvir réus e testemunhas e analisar as provas. Ao final, caberá ao Judiciário decidir se os acusados serão condenados e quais penas serão aplicadas.