Imagens que mostram
Entenda o caso
Em 2014, o garoto que tinha 11 anos e estava acompanhado do pai entrou em uma área proibida para visitantes e começou a brincar com os animais. Antes do ataque, ele chegou a se aproximar de um leão, colocando a mão entre as grades e oferecendo comida.
Imagens gravadas por visitantes mostraram a criança muito perto da jaula. Vrajamany correu ao redor das grades, subiu na estrutura e colocou a mão para tocar o tigre. Pouco depois, o animal avançou e dilacerou o braço da criança.
O local onde o menino entrou era isolado justamente para impedir que as pessoas se aproximem das jaulas. Nove guardas municipais faziam a segurança do zoológico, mas testemunhas afirmam que nenhum deles estava no ponto no momento do ataque.
O garoto estava com o pai e o irmão mais novo, de três anos. Segundo membros da equipe de cuidadores, o menino teria sido incentivado pelo próprio pai a correr perto da jaula, já dentro da área de proteção, provocando o animal.
O pai chegou a ser detido por ter permitido que o filho se aproximasse da estrutura. À polícia, ele afirmou que estava atento ao filho mais novo e não percebeu a aproximação do outro menino.
Após o depoimento, o pai foi liberado para acompanhar o filho no hospital. O braço do menino precisou ser amputado na altura do ombro. Em 2019, o pai foi condenado pela Justiça pelos crimes de lesão corporal e omissão.
De acordo com a sentença, o pai do garoto deve cumprir três anos de prisão em regime aberto com prestação de serviços comunitários e restrição de circulação em horários determinados. A pena do caso foi agravada porque o menino perdeu o braço no ataque.
Na decisão, a juiza Fernanda Consoni afirmou que o pai de Vrajamany não agiu para impedir o ataque e que estava ciente do risco que o filho estava sendo exposto. A juíza também disse que a atitude do pai demonstrou ausência de cuidado e proteção.
Conforme a sentença,o pai incentivou o filho a ficar perto da grade para tirar fotos e para que ele mexesse com o animal.
O animal, criado em cativeiro desde os oito meses, tinha cerca de três anos na época do ataque. Segundo o médico veterinário do zoológico, Valmor Passos, o comportamento foi natural. Ele explicou que o tigre demonstrou irritação e interpretou a movimentação da criança como a de uma presa.
Mais de uma década depois, Vrajamany Fernandes Rocha, superou as sequelas do ataque. Após anos de reabilitação e apoio da família, o jovem se tornou uma promessa do esporte paralímpico.
(Sob supervisão de Lucas Borges)