O
A veterinária Gabriela Figueiredo, responsável pelo Bosque, destacou o papel da equipe na percepção dos primeiros sinais de que algo não ia bem com o Dinho.
Segundo ela, Dinho estava um pouco mais quieto, diferente e não queria comer, e que já havia uma exposição de polpa dentária de dois dentes.
O responsável pelo procedimento foi o médico veterinário Roberto Fecchio, especialista em odontologia de animais selvagens pelo Colégio Americano de Odontologia Veterinária.
“Esse hipopótamo estava precisando de um tratamento odontológico depois que a parte interna do seu dente ficou exposta. Para realizarmos o canal em dois dentes trouxemos uma equipe com cinco especialistas em odontologia, quatro especialistas em anestesia, além de especialistas em manejo clínico e a equipe do zoológico do Bosque, praticamente um exército dos melhores profissionais para oferecer o que há de melhor no tratamento do Dinho”, detalhou Fecchio.
Segundo o veterinário, a experiência prévia de parte da equipe com hipopótamos foi essencial para o sucesso da operação, afirmando que ao saber que Dino terá uma qualidade de vida melhor, sente que é uma missão cumprida para todos do zoológico.
Recuperação e cuidados pós-operatórios
Dinho ficou pelo menos 24 horas isolado, sem acesso ao tanque, até que todos os reflexos e a consciência ficassem completamente normalizados.
“Esse é o primeiro estágio da recuperação. Depois ele já volta a uma adaptação alimentar para retomar a alimentação normal. Acredito que entre 3 e 5 dias ele já esteja comendo normal”, explicou Fecchio.
“Depois de um período de cerca de 10 dias para terminar os medicamentos do pós-operatório (anti-inflamatórios e antibióticos), Dinho estará liberado”, completou.
Procedimento raro
O tratamento odontológico em hipopótamos é incomum. Fecchio conta que há poucos relatos desse tipo de atendimento no mundo.
“Existem poucos relatos em hipopótamos tanto de anestesia como de tratamento dentário. Com diferentes equipes, na minha experiência, esse é o 9º animal que passa por esse tipo de procedimento”, relatou.
Segundo ele, Dinho deve ser apenas o segundo ou terceiro mega vertebrado a passar por esse tipo de intervenção no Brasil.
Esse tipo de procedimento já foi realizado na Colômbia, México, Estados Unidos e África, afirmou Fecchio.
* Sob supervisão de Lucas Borges