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‘Achei que ia morrer': jovem diagnosticado com doença rara que necrosa região genital aguarda por reconstrução

Segundo o jovem de 30 anos, doença se alastrou tão rápido que agora aguarda por reconstrução do trato intestinal

‘Achei que ia morrer': jovem diagnosticado com doença rara que necrosa região genital aguarda por reconstrução.

Um jovem de 30 anos foi diagnosticado com uma doença rara, que atinge a região genital e causa a morte dos tecidos da área. Renato de Sá, de Brasília, no Distrito Federal, começou a sentir os sintomas durante uma viagem de férias e, de lá para cá, já passou por duas cirurgias e agora aguarda por uma terceira.

Segundo o jovem, ele voltava ao Brasil após uma temporada no exterior quando foi diagnosticado com síndrome de Fournier, que gangrena os tecidos da área genital. Renato conta que o primeiro desconforto aconteceu no dia 21 de janeiro, mas tudo piorou rapidamente. Ele recebeu atendimento em UPAs da cidade de Goiânia, onde estava, mas, naquela época, a doença ainda não havia sido diagnosticada.

“Foi horrível. A dor só aumentava. Não conseguia mais sentar direito, só ficar deitado. E eles só passaram remédio para dor na veia. Aí voltei para Brasília e fui direto para o Hospital de Base. Lá, eu já cheguei chorando de dor, de cadeira de rodas”, conta Renato ao g1.

Menos de uma semana depois, Renato conta que a infecção havia se alastrado e as dores estavam insuportáveis. No hospital, em Brasília, ele recebeu o diagnóstico.

“Quando me falaram que eu estava com a síndrome, eu só queria que a dor passasse. Não estava entendendo nada, fiquei muito assustado com tudo. E, com a dor, acho que desassociei um pouco, porque só lembro de entrar gritando na sala de cirurgia”, detalha ele.

Renato aguarda pela terceira cirurgia de reconstrução

Renato já passou por duas cirurgias e agora aguarda uma terceira. No primeiro momento, o jovem tinha cerca de 5% de chance de vida. Já na segunda, toda a pele necrosada foi retirada e uma bolsa de colostomia foi colocada. “A partir daí, eu fiquei quatro dias na morfina para aguentar a dor, sem conseguir andar, ir ao banheiro, tomar banho. Foram 18 dias no hospital”, declara ele.

O jovem disse que, após as cirurgias, a bactéria foi combatida e, depois de alguns meses, a pele se regenerou. “Agora estou esperando conseguir fazer a reconstrução”.

“Estou há 53 dias na fila e minha posição foi de 145 para 134”, explica ele, que aguarda por uma reconstrução do trânsito do trato intestinal e que está disponível na rede pública. A estimativa é de que a espera pode durar até três anos.

Já na rede particular, a cirurgia pode custar até R$ 35 mil, valor arrecadado após seus familiares criarem uma campanha online. A meta foi batida em menos de um dia.

“Foi em menos de 15 horas, a gente bateu a meta. Eu não conseguia parar de chorar, porque, na minha cabeça, essa cirurgia ia demorar mais de dois anos. Mas agora vou poder fazer no mês que vem”, diz ele, emocionado.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.