Ouvindo...

Empresa mineira é a primeira a usar combustível à base de óleo de cozinha reciclado para voar no Brasil

Voo inaugural da aviação geral brasileira com uso de combustível com menor emissão de carbono foi na tarde desta terça-feira (20)

Helicóptero da Líder Aviação fez primeiro voo com combustível sustentável na aviação geral brasileira

O primeiro voo da aviação geral no Brasil a usar combustível sustentável foi realizado por uma empresa mineira. Nesta terça-feira (20), a Líder Aviação, criada em Belo Horizonte e hoje a maior na aviação executiva da América Latina, operou um voo de helicóptero no Rio de Janeiro usando o SAF (Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível Sustentável de Aviação) para levar trabalhadores de um heliponto até plataformas de petróleo em alto-mar.

A aeronave saiu do Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, abastecida com uma mistura de 90% do combustível tradicional - à base de petróleo - e 10% de SAF. Com isso, as emissões de gás carbônico (CO2) nesse voo foram 9% menores segundo explicou a Vibra, empresa responsável pelo combustível.

Leia também

Reaproveitamento

A origem desse combustível sustentável é curiosa - ele é produzido a partir de óleo de cozinha usado (UCO, ou Used Cooking Oil no original em inglês). Ao dar nova destinação a um insumo abundante e que poderia ser um passivo ambiental, a Vibra busca contribuir para ações de transição energética e descarbonização.

“Como protagonistas na transição energética, contribuímos também desta forma para a descarbonização deste segmento extremamente importante para a economia do país” afirma Juliano Prado, vice-presidente executivo de Comercial B2B da Vibra, em comunicado divulgado à imprensa pela empresa.

A companhia reforça que o SAF pode ser usado nos motores atuais, sem necessidade de adaptação das máquinas.

Obrigatoriedade

A aviação geral - o setor que exclui aviação comercial e voos de carga - está contemplado em uma mudança que, segundo as duas empresas, entrará em vigor em 2027, quando o uso de combustível sustentável será exigido em um percentual mínimo nas operações aéreas no Brasil.

“Esse voo representa um marco na trajetória da aviação geral no país. Estamos dando um passo concreto na direção de uma operação mais sustentável e comprometida com as futuras gerações. Essa também é uma prática já bem estabelecida entre nossos clientes do setor de energia, que valorizam soluções de menor impacto ambiental — um valor que também é nosso na Líder”, destaca Diego Reis, diretor geral de Operações de Helicópteros da Líder Aviação, no comunicado enviado à imprensa.

Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.