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PCC e CV anunciam fim do acordo de paz firmado em fevereiro deste ano

Facções teriam rompido após rixas em outros estados e veto de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho (CV); trégua havia sido estabelecida para diminuir assassinatos

Guerra teria sido interrompida para diminuir número de mortes

As facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) anunciaram o fim da trégua estabelecida entre elas em fevereiro deste ano. A guerra entre os grupos criminosos havia sido interrompida para cessar as mortes de seus integrantes, reduzir os custos com o conflito e dar continuidade aos negócios ilegais pelo país. As informações são do jornal OGlobo.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), as duas facções emitiram comunicados informando a decisão na segunda-feira (28). O PCC afirmou que a trégua havia sido estabelecida com o objetivo de diminuir os homicídios, que atrapalhavam o negócio da facção. No entanto, aliança com o grupo rival teria chegado ao fim por “questões que ferem a ética do crime”.

O CV confirmou a ruptura do acordo para seus integrantes e os alertou sobre o assassinato de inocentes, citando as mortes de jovens que fizeram símbolos atribuídos a facções com as mãos. Em dezembro do ano passado, um turista de 16 anos foi morto após ser confundido com um membro do PCC em Jericoacoara (CE). Ele teve a morte decretada pelo PC após fazer um símbolo (gestos de três dedos), que remetia ao grupo rival. A vítima não tinha histórico de envolvimento com o crime.

O MPSP ainda afirma que Marcinho VP, principal líder do Comando Vermelho, não teria dado o aval para que a trégua acontecesse. É provável que o acordo de interrupção da guerra tenha acontecido pela falta de permissão do criminoso.

A ruptura entre as facções também teria sido causada por rixas regionais, especialmente pelo crescimento do Comando Vermelho em alguns estados.

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.