A quantidade de brasileiros que vivem em ruas com rampas para cadeirantes cresceu quatro vezes nos últimos 12 anos. No entanto, apesar do aumento, 85% da população ainda mora em locais sem acessibilidade.
Os dados são do Censo 2022, divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, apenas 26,5 milhões de brasileiros moram em vias com rampas para cadeirantes – o equivalente a 15,2% da população do país.
No Censo anterior, realizado em 2010, apenas 6 milhões de pessoas viviam em ruas com rampas, o que representava 3,88% da população à época.
O levantamento foi feito a partir da análise de 11,4 milhões de trechos urbanos e ouviu 174,2 milhões de pessoas (cerca de 85,75% da população brasileira).
Mato Grosso do Sul lidera ranking de acessibilidade
Entre os estados, o Mato Grosso do Sul lidera em acessibilidade, com 41,1% da população morando em ruas com rampas. Em seguida aparecem Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%).
Na outra ponta, Amazonas (5,6%), Pernambuco (6,2%), Maranhão (6,4%) e Pará (7%) registraram os menores percentuais.
Já entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, Maringá (PR) é destaque: 65,7% dos moradores vivem em ruas com rampas. Também se destacam Toledo (PR), Cascavel (PR), Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG), todas com mais da metade da população beneficiada por esse tipo de infraestrutura.
Ainda segundo o IBGE, 1.864 municípios brasileiros – cerca de um terço do total – têm menos de 5% da população vivendo em ruas com rampas. Em 157 cidades, nenhum morador vive em vias com esse tipo de estrutura.
Acessibilidade ainda é desafio
Apesar do avanço, os dados mostram que a acessibilidade urbana ainda enfrenta desafios. Menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde têm rampa de acesso, e apenas 31,8% das escolas contam com o recurso.
A expectativa é de que os dados específicos sobre pessoas com deficiência sejam divulgados em uma próxima etapa. Segundo a Pnad Contínua, o Brasil tinha, em 2022, cerca de 7 milhões de pessoas com dificuldades para andar ou subir degraus – 3,4% da população.