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Taxista é preso por dar ‘golpe da maquininha’ no RJ; corridas chegavam a R$1 mil

Segundo os policiais da 15ª DP (Gávea), o crime foi descoberto após uma das vítimas perceber que o visor da máquina estava adulterado

Taxista é preso ao tentar dar o golpe da maquininha em passageira

Um taxista foi preso, nessa quinta-feira (27), acusado de roubar passageiros através do “golpe da maquininha”. Ricardo Sérgio da Fonseca agia principalmente na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo os policiais da 15ª DP (Gávea), o crime foi descoberto após uma das vítimas perceber que o visor da máquina estava adulterado. Ela informou aos agentes a placa do carro, e os policiais iniciaram as investigações. Após a denúncia e por meio de um cruzamento de dados de inteligência, os agentes da distrital identificaram diversos registros de ocorrência envolvendo o veículo mencionado. Ricardo foi preso nas imediações do Jardim de Alah, localizado entre os bairros de Ipanema e Leblon.

Segundo a delegada Daniela Terra, as vítimas chegavam a pagar quase R$1 mil por uma corrida.

“Ele aplicava golpes em toda a Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele tinha várias máquinas de cartão e, quando a pessoa ia pagar a corrida, ele colocava valor entre R$ 900 e R$ 930, e o visor na máquina ficava meio apagado, porque ele habilita um programa que tem dentro da máquina que impossibilita que a vítima veja esse valor”, explica. Segundo ela, a pessoa acreditava que pagava o valor da corrida, mas não o caso. “Após o débito, ele transferia automaticamente esse valor para conta dele através de Pix”.

Com o preso, foram localizadas três máquinas de cartão com visor adulterado, dois celulares com contas do PagSeguro, nove cartões de crédito e uma pistola calibre 9 mm municiada, utilizada, possivelmente, para coagir as vítimas.

“Certamente, ele usava essa arma para ameaçar os clientes quando eles desconfiavam de alguma coisa ou que questionassem ele”, disse a delegada.

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Outras passagens

Na delegacia, Ricardo confirmou a prática dos golpes e, em consulta aos bancos de dados da Polícia Civil, foi constatado que ele possui dez anotações criminais, em sua maioria por furto mediante fraude e estelionato com cartão de crédito.

“O que chama a atenção é que ele tem várias passagens pelo crime 171. E como ele consegue o alvará, a permissão para continuar como taxista? Isso tem que ser avaliado pelas autoridades, se isso é possível. Como pode uma pessoa assim continuar como condutor de táxi? Isso coloca em xeque outros taxistas de boa-fé, que trabalham dia a dia tentando conseguir uma quantia justa para criar sua família.(…) A polícia pede que a vítima venha a delegacia e realize o registro porque, com o registro, nós conseguimos fazer o cerco e prender esse taxista”, completou a delegada Daniela Terra.

Em sede Policial, Ricardo afirmou que atua com o mesmo modus operandi desde o ano de 2021. De acordo com a polícia, o criminoso faturava, em média, R$10 mil dez mil reais por semana com a prática delituosa. Ricardo será encaminhado à Benfica onde permanecerá a disposição da justiça.

“E o que fica de alerta? Que é para as pessoas, quando forem pagar com o cartão, olharem sempre o valor que consta no visor da máquina. Qualquer coisa estranha, o visor da máquina embaçada, ou então aquela história de querer trocar a máquina, desconfiem! Peçam ajuda, saiam do táxi e procurem a delegacia de polícia”, alertou Daniela Terra.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.