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Caso Vitória: suspeito tinha 50 fotos de pessoas parecidas com a adolescente no celular

Principal suspeito é apontado como stalker da vítima, mantinha fotos da menina no celular e a monitorava há mais de um ano

Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, morreu após levar três facadas e uma delas atingir a artéria aorta

A Polícia Civil de São Paulo encontrou cerca de 50 fotos de pessoas com aparência física semelhante a adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, morta a facadas após sair do trabalho na Grande SP, no celular do principal suspeito, Maicol Sales dos Santos, de 27.

“A polícia procurou imediatamente identificar todas aquelas pessoas. Pesquisamos todas aquelas (possíveis) vítimas para ver se tinha algum boletim de ocorrência de desaparecimento. Isso foi feito imediatamente, mas descobrimos que nada tinha acontecido com essas pessoas”, explicou Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro).

Maicol é considerado pelos investigadores como um stalker de Vitória. Segundo a PC, jovem tinha fotos da adolescente no celular dele, a monitorava há mais de um ano e se dizia “apaixonado por ela”.

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“Com a apreensão do celular do Maicol e a quebra do sigilo, foi levantado que ele já vinha monitorando a vítima desde o ano passado. Havia várias fotos (de Vitória) dentro do celular dele e principalmente do dia do crime”, disse Luiz Carlos do Carmo.

“Temos várias fotos de vários dias. Isso já desde o ano passado até o dia do crime. Ele mantinha um planejamento sigiloso de monitoramento para poder colocar mão na vítima”, acrescentou o delegado responsável pelo caso, Fábio Cenachi.

De acordo com a polícia, Maicon conhecia Vitória e viu que ela havia postado uma foto no ponto de ônibus, na noite em que desapareceu. O jovem teria ido até a adolescente e oferecido uma carona. Como ela o conhecia, ela aceitou. Dentro do carro, os investigadores acreditam que ele tenha tentado abusar sexualmente da vítima, que reagiu.

Vitória morreu após ser atingida por três facadas, sendo que uma delas atingiu a base da artéria aorta, ocasionando uma hemorragia intensa. Os laudos da perícia ainda revelaram que a menina não foi decapitada, espancada e não chegou a ser estuprada.

Principal suspeito confessou crime e agiu sozinho

Maicol confessou o crime na noite desta segunda-feira (17). O jovem que está preso desde o dia 8 de março disse aos policiais que queria a presença de seus advogados durante um novo interrogatório.

Em coletiva nesta terça-feira (17), o delegado contou que os advogados o instruíram a ficar calado, mas Maicol insistiu em falar. Durante o impasse, os advogados deixaram a delegacia e o delegado chamou outro advogado para acompanhar o interrogatório. Segundo Cenachi, a lei afirma que o defensor não pode abandonar o processo sem justa causa e nem impedir a confissão do réu.

Quando o novo advogado chegou, Maicol contou sua versão dos fatos e admitiu ter matado Vitória. Ele afirmou que agiu o tempo todo sozinho, o que a Polícia Civil acredita ser verdade.

“Uma pessoa dessa não consegue trabalhar com outro psicopata. Na literatura da psicopatologia forense, os registros demonstram que somente ele poderia estar praticando esse crime. Geralmente, eles são extremamente narcisistas, extremamente egocentristas e controladores. Ele não conseguiria ter uma empatia ou uma lealdade com outro suspeito. Isso geraria um conflito entre eles. Então, na literatura criminológica, fica claro que somente ele participou desse crime”, explica o delegado.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.