A cidade de Pacaraima, em Roraima, tem mais de cinco usuários do Pix para cada habitante registrado no Censo 2022, revela uma pesquisa da inédita do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (Cemif) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O fenômeno curioso está associado, provavelmente, ao fluxo migratório na região, que faz fronteira com a Venezuela. Segundo o levantamento, o município de 19,3 mil habitantes apresentou uma média de 106.104 usuários do Pix por mês em 2024 - mais de cinco vezes o número de moradores.
O índica de adesão ao Pix da cidade é de 550%. Ou seja, Pacaraima registrou uma média de 31 transações por usuário a cada mês, no valor médio de R$ 119.
Em 2024, o Pix superou o dinheiro e se tornou o método de pagamento mais usado pelos brasileiros (76,4%). A conquista foi alcançada apenas quatro anos depois de seu lançamento. Só no ano passado, mais de 60% da população brasileira fez pelo menos uma transação por mês via Pix, com uma média R$ 191 a cada transferência.
“Esse modelo pode inspirar outros países que buscam regulação e eficiência no ecossistema de pagamentos”, diz Lauro Gonzalez, coordenador do Cemif e um dos autores da pesquisa.
O estudo, intitulado de “Geografia do Pix”, cruzou dados abertos do Banco Central do Brasil com informações do Censo Demográfico de 2022, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).