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Companhia aérea terá que pagar R$ 20 mil para mãe e filha que não cederam assento em avião

As duas alegam que foram hostilizadas por outros passageiros ao pedirem que uma mulher e uma criança de colo saíssem de uma poltrona na janela

A companhia ainda poderá recorrer.

A Gol foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a pagar uma indenização por danos morais de R$ 20 mil para mãe filha, agredidas verbalmente durante um voo.

Segundo o processo, o caso teria acontecido em fevereiro de 2023, durante um voo que saía de Salvador com destino à São Paulo. As duas, ao entrarem no avião, alegam ter encontrado uma mulher, com uma criança de colo, na poltrona da janela, que uma delas havia comprado. Ao pedir a desocupação do assento, mãe e filha foram hostilizadas por outros passageiros e até agredidas fisicamente.

Com a confusão, elas e os supostos agressores desembarcaram da aeronave e não seguiram viagem.

Na época, em entrevista ao G1, um comissário de bordo da companhia, que estava no avião, disse as passageiras não tiveram “empatia” para ceder o assento para a mulher e a criança.

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A decisão, do juiz Sérgio Castresi de Souza Castro, da 4ª Vara de Cubatão, entendeu que mãe e filha tinham o direito de usufruir do serviço contratado, assim como era dever da Gol, através dos funcionários, garantir que o assento fosse reservado às passageiras que compraram as poltronas.

A declaração do preposto não identificado da ré aos órgãos de imprensa, além de provar a omissão da ré, ainda deu a equivocada impressão ao público em geral, de que uma das vítimas foi culpada pela briga, ao não cederem a poltrona”.
— diz trecho da decisão.

A Gol ainda poderá recorrer.

Caso viral

Em dezembro de 2024, um caso parecido viralizou na internet.

No vídeo, uma mulher se recusa a ceder o assento da janela para uma criança.

A passageira, identificada como Jennifer Castro, usava fones de ouvido quando começou a ser insultada. “Não quer trocar de lugar porque não quer. Até perguntei se ela tem alguma síndrome, alguma coisa, porque se a pessoa tem algum problema, uma deficiência, a gente entende”, disse outra passageira.

Após a repercussão na internet, uma mulher, identificada como Aline, mãe da criança, negou que ela fosse a responsável pelas filmagens, mas pediu desculpas à Jennifer que, segundo ela, foi “exposta por uma birra”.

Sobre o voo de Salvador para São Paulo, em 2023, a Itatiaia procurou a companhia aérea, que informou que não irá comentar o caso.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.