Começa nesta quinta-feira (23) o julgamento do caso Marina Harkot, cicloativista morta atropelada em São Paulo, em 2020. O empresário José Maria da Costa Júnior estava a 93 km/h em uma via cujo limite é de 50 km/h e fugiu depois do acidente.
José Maria responde em liberdade ao processo por homicídio doloso qualificado por dolo eventual (por ter arriscado a vida de outras pessoas e assumido o risco de matar).
O motorista também é acusado pelo Ministério Público de embriaguez ao volante (dirigir sob efeito de bebida alcoólica) e omissão de socorro (fugir do local sem prestar socorro à vítima).
A Justiça marcou para as 12h30 o júri popular do caso, no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista. A previsão é de que possa durar até sexta-feira (24).
O julgamento do réu será conduzido pela magistrada Isadora Botti Beraldo Moro. Ela irá interrogar o acusado durante o júri.
Antes de a Justiça ouvir o motorista, falarão sete testemunhas, sendo quatro indicadas pela acusação, duas pela defesa, e outra comum às partes.
José Maria deveria ter sido julgado em 20 de junho de 2024, mas alegou naquela ocasião que estava com dengue e não poderia ir ao fórum. Por esse motivo, a sessão foi adiada.
Quem era Marina Harkot?
Marina Harkot tinha 28 anos e era socióloga pela Universidade de São Paulo (USP). Fazia doutorado e atuava como pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) e Ciclo Cidade, além de atuar em outros grupos ligados à mobilidade ativa.
Os pais dela e o viúvo decidiram criar o projeto ‘Pedale como Marina’. Os três deverão estar no plenário do júri acompanhando o julgamento.