Jadson Vitor de Sousa Pires,
“Ele não estava violento, estava apenas assustado. Aparentava com certeza estar drogado ou bêbado, não precisava fazer aquilo que fizeram com ele. Era só imobilizar o rapaz e tentar acalmar ele e tudo resolvia. Ele chegou para nós e pediu ajuda lá, pediu ajuda pra todo mundo e falou assim: ‘quero água. Me dá um copo com água?”, disse a testemunha a TV Globo.
“Ele pegou, bebeu a água e falou assim: ‘tenho uma filha de 3 anos, não precisa fazer isso comigo’. O que mais me doeu foi quando ele repetiu: ‘tenho uma filha de 3 anos, se eu morrer cuida dela”, contou.
“Na hora que deitou ele no chão, botaram o joelho em cima do rapaz, assim. E foi na hora que eu senti aquele peso do corpo caindo no chão e aí eu falei: ‘Já era, mataram o cara’”, contou o rapaz que viu o momento que Jadson desmaiou.
Os documentos apontam que a causa da morte foi asfixia mecânica em decorrência de esganadura. Segundo um dos passageiros que testemunharam e filmaram a agressão, quem estava na estação Carapicuíba naquela noite chegou a gritar para os seguranças pararem as agressões, temendo pela morte do rapaz que, aparentemente, apresentava sinais de embriaguez ou outras substâncias.
Agressões aconteceram em novembro
As agressões aconteceram no mês de novembro. O médico legista que fez a perícia do corpo de Jadson, também apontou que ele estava com as costelas do lado direito do tórax quebradas, além de apresentar escoriações no antebraço direito, mão direita e nos dois joelhos.
Reação da família
A viúva de Jadson, Renata Santos de Sousa, contou que, no dia do crime, o marido havia saído de casa
Renata descreveu o marido como um “homem incrível”, “trabalhador” e “muito esforçado”.
“Ele era um paizão. Era um marido muito bom, um cara muito trabalhador, muito esforçado, um ser humano incrível. Ele era tudo para mim e para a minha filha. Hoje está sendo muito difícil tudo o que está acontecendo e o que eu clamo é por Justiça. Ele não merecia isso”.
A viúva contou que só depois das imagens divulgadas é que soube o que realmente aconteceu com Jadson no dia da morte, há mais de vinte dias.
“Não justifica o que fizeram. Ele podia está ali sob efeito de droga, como estão falando. Podia estar sob efeito de álcool. As pessoas que atenderam ele não tiveram nenhum sentimento humano com ele. De entender, explicar para ele: ‘Olha, eu posso te ajudar?’ Não. Já foram agredindo ele. Eu estou juntando força de onde não tem para correr atrás da Justiça”, afirmou.
Por meio de nota, a ViaMobilidade disse que todas as imagens disponíveis foram entregues à polícia e o “comportamento dos profissionais que atuaram na contenção de Jadson Pires não corresponde aos seus valores, treinamento e padrão dos seus procedimentos de segurança e atendimento”. E que “os agentes envolvidos foram preventivamente afastados.”