Uma das grandes motivações no fim de ano para os contratados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) é o 13º salário. O valor é um direito de todo trabalhador, foi bastante questionado na época em que foi criado, em 1962, e atualmente injeta bilhões de reais na economia.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) indicam que o 13º salário pode injetar até R$ 321,4 bilhões na economia.
Diante desse cenário, a professora de Direito e Gestão da Faseh, Janaína Vilela, afirma que a gratificação natalina “representa um suporte financeiro importante no final do ano, cobrindo despesas sazonais, além de ser uma oportunidade para poupança ou quitação de dívidas”.
Origem do 13º salário
O direito nasceu de uma série de protestos e uma greve em 1962, em uma época em que a inflação acabava com o poder de compra da população. Foi muito questionado por parte dos empresários e especialistas da economia na época, com o argumento de que “quebraria o país”.
Porém, ao contrário do que diziam aqueles que criticavam a gratificação, o pagamento contribuiu para aumentar o poder de consumo das famílias nas festas de fim de ano, momento em que geralmente as despesas aumentam e o salário fica ‘mais apertado’.
Vale lembrar que o 13º salário é um direito, não um bônus. Ele está previsto na Constituição Federal de 1988, ou seja, é um direito social e garantia fundamental de todo trabalhador que se encaixa na CLT.
Como fazer uma boa gestão do 13º?
O fim de ano chega, e os gastos aumentam: presentes de Natal, viagem de férias, impostos como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), renovação de matrícula, compra de material escolar... esses são apenas alguns dos gastos, que podem ser pagos com maior facilidade se for feita uma boa gestão do 13º salário.
Segundo a professora Janaína Vilela, quitar as dívidas é uma das melhores formas de aproveitar o valor recebido no fim de ano. “O ideal é priorizar esse dinheiro extra para renegociar as dívidas e ir em busca de bons descontos. Nessa época do ano, a redução de valores com as dívidas pode chegar a 90%, caso consiga negociá-las”, explicou.
Outra boa forma de gastá-lo é, na verdade, reservá-lo para pagar as contas do início de ano, já ditas acima: IPTU, IPVA, matrícula ou rematrícula em escolas e materiais escolares, além das férias.
Se tiver um item muito desejado e sonhado ao longo do ano, usar o 13º para realizar essa vontade pode ser uma boa opção. Mas, é claro, sempre sem exageros. “Com uma boa organização, é possível fazer as compras necessárias e guardar parte do dinheiro. Para isso, organize as finanças e separe um valor máximo para cada coisa”, detalhou Janaína.
Duas boas opções para uso do ‘dinheiro extra’ é organizar os gastos e fazer uma reserva de emergência com o dinheiro que sobrar. Investir o valor no CDB, CDI, Tesouro Direto, fundos de investimento ou até mesmo na poupança também é uma boa opção. “Se possível, não use todo o 13º para um único fim. Distribua-o de forma proporcional, de acordo com suas necessidades”, recomendou a professora.
Não sou CLT. Como fazer para garantir o 13º no fim do ano?
Para os autônomos ou que não estão no regime CLT, para garantir o 13º salário no fim de ano é preciso ter uma organização financeira própria. Reservar uma parte do rendimento de cada mês é essencial para ter um extra ao fim do ano.
“Todo mês deve-se separar um valor do salário que a pessoa recebe, para ir contabilizando. Assim, no fim do ano os empreendedores, os profissionais autônomos terão o valor referente ao 13º salário”, finalizou.
Quando vou receber o 13º salário?
O valor geralmente é pago em partes, podendo ser dividido em até duas parcelas pelas empresas. Caso escolha dividir, a primeira parcela deve ser paga até o dia 30 de novembro. Já a segunda deve ser depositada até 20 de dezembro.