A jovem Sabrina Gomes, de 24 anos, abandonou os estudos para tratar de um tumor raro no tórax, conhecido como timoma, que causou hiperpigmentação na pele.
Sabrina é de Fortaleza, capital do Ceará. Ela parou de estudar quando estava no 9º ano do ensino fundamental, em 2015, e não conseguiu retomar a escola. A jovem deixou de frequentar as aulas no meio do ano para passar pelo tratamento.
O sonho de Sabrina é voltar a estudar e cursar medicina como faculdade. A esperança da família é que o tratamento permita que a jovem possa retomar seus sonhos.
Diagnósticos
Ainda na adolescência, Sabrina Gomes foi diagnosticada com o timoma, tumor que produz ACTH, um tipo de hormônio. A jovem começou a ser acompanhada quando tinha 18 anos pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).
Um dos efeitos é a produção excessiva de cortisol — que ajuda a regular o metabolismo, controlar pressão sanguínea e reduzir inflamações — pelas glândulas adrenais.
Por conta da produção excessiva de cortisol, ela desenvolveu a Síndrome de Cushing, que causa alguns problemas, dentre eles, hipertensão arterial, dificuldade de cicatrização e acúmulo de gordura.
Em 2022, a jovem retirou as glândulas, o que diminuiu os excessos de cortisol. No entanto, o tumor segue crescendo e está, atualmente, em 17 centímetros.
A mudança na cor da pele ocorreu por causa dos altos níveis de ACTH. O hormônio se acoplou com as células receptoras produtoras de melanina, como se fosse MSH — outro hormônio —, o que causou aumento na produção de melanina. Ainda não se sabe se a mudança na cor da pele da jovem é reversível.
Em busca de uma cura, Sabrina tem passado por vários tratamentos. Ao G1, ela contou que passou por quatro cirurgias, três quimioterapias e radioterapia. O lutécio radioativo, além de estabilizar a doença, poderia curá-la.
A Secretaria de Saúde disse à afiliada da Globo na cidade que abriu “um processo de dispensa de licitação” para adquirir o medicamento. “No primeiro processo que foi aberto, nenhuma unidade habilitada se cadastrou para a execução desse serviço. Nós fizemos nova comunicação com os serviços habilitados aqui do estado”, disse o coordenador de monitoramento, avaliação e controle do sistema de saúde da Sesa, Breno Novais.
Por causa disso, outro processo foi aberto. “Por tratar-se de um serviço, de uma medicação que não consta no rol do SUS, a Secretaria está seguindo todos os trâmites legais para a contratualização segura desse serviço, desse tratamento que a Sabrina tanto precisa”, destacou.