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Peeling de fenol: PC conclui investigação sobre morte de empresário e indicia influenciadora por homicídio

Segundo o relatório final da polícia, Natália Backer assistiu apenas 7 das 31 aulas do curso que ensinava a aplicar o produto; Henrique Chagas, de 27 anos, morreu na clínica da investigada em junho

Empresário morreu minutos após o procedimento

A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito que investiga a morte do empresário Henrique Chagas, de 27 anos, e indiciou a influenciadora Natália Becker por homicídio. O jovem morreu após se submeter a um peeling de fenol na clínica estética da investigada, localizada na Zona Sul de São Paulo. As informações são do g1.

A investigação revelou que Natália, dona do ‘Studio Natalia Becker’, concluiu um curso online para aprender a aplicar o peeling de fenol 42 horas e 30 minutos depois da morte do cliente.

Segundo o relatório policial, em 2023, Natália pagou R$ 397 pelo curso, que tinha uma duração total de 6 horas distribuídas em 31 aulas. Mas a influenciadora só havia feito sete aulas antes de aplicar o fenol na vítima. As informações foram repassadas à polícia pela plataforma digital que hospedava o curso.

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Natália só concluiu o curso no dia 5 de junho, horas antes de ser interrogada na delegacia. Quando chegou à polícia, a mulher apresentou um certificado de conclusão do curso, que, segundo ela, a credenciava para fazer o procedimento de aplicação do peeling de fenol.

No entanto, a polícia afirma que o curso feito por Natália não a autoriza aplicar o produto. Por isso, ela foi indiciada por homicídio. O inquérito será, agora, encaminhado à Justiça. Natália responde ao processo em liberdade.

Relembre o caso

O empresário Henrique Chagas morreu após se submeter a um procedimento estético chamado peeling de fenol, realizado no ‘Studio Natalia Becker’, clínica de estética localizada na capital paulista. À polícia, o namorado contou que Henrique queria aliviar as marcas de acne no rosto e vinha pesquisando a técnica há meses.

No dia 3 de junho, Henrique saiu de Pirassununga, no interior de São Paulo, para conhecer a clínica que havia encontrado pelas redes sociais. Na visita, aderiu ao procedimento conhecido como ‘peeling de fenol’ e pagou à vista R$ 4.300. Na data do procedimento, o paciente pagou mais R$ 200.

Peeling de fenol: o que sabemos sobre a morte do empresário após procedimento | CNN Brasil

Segundo o Boletim de Ocorrência, minutos depois do procedimento, o empresário começou a passar mal. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para tentar socorrê-lo. Mas, apesar das tentativas de reanimação, o homem não resistiu.

Dois dias depois da morte do paciente, Natália Becker prestou depoimento à polícia. O marido dela, que também é sócio da clínica, disse à polícia que o peeling de fenol é um procedimento simples e que não exige exames prévios.

Porém, a versão do marido é confrontada por especialistas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que o peeling de fenol em áreas extensas da face é um procedimento estético invasivo, considerado agressivo.

Segundo a entidade, ele deve ser realizado por médicos dermatologistas habilitados, em ambiente hospitalar e com o paciente anestesiado, além de contar com monitoramento cardíaco. Isso porque há um risco de toxicidade e possíveis arritmias causadas pela dor intensa provocada pelo método, como aconteceu com Henrique. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), o empresário morreu devido a um ‘edema pulmonar agudo’ ao inalar produto.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.