Ouvindo...

Justiça de SP revoga prisão de mãe que tirou filho à força da avó após devolver menino

Garoto de 5 anos foi devolvido na sexta (7)

Mulher arrancou o menino da avó quando ela o levava para a escola

O pedido de prisão para a mãe que sequestrou o filho da avó paterna em abril, em Santos, no litoral paulista, foi revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Além disso, a Justiça também mandou soltar duas tias do menino, de 5 anos, que ajudaram a mulher a fugir com o filho.

As informações foram confirmadas pela Itatiaia com as defesas do pai e da mãe do garoto. Em nota, o TJ-SP informou que “pedidos de prisão e processos dessa natureza tramitam em segredo de justiça, portanto não temos informações disponíveis.”

O caso aconteceu em 23 de abril deste ano. Desde então, a Polícia Civil procurava pela mulher e a criança. Na sexta-feira (7), a avó materna devolveu o menino para a avó paterna e o pai, que têm a guarda provisória da criança. Ele estava em Aracaju (SE) com a mãe.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do sequestro. A mulher arrancou o menino da avó quando ela o levava para a escola. Ele chegou a ser arrastado e gritava pela avó. As duas tias do menino, de 44 e 49 anos, tinham sido presas temporariamente em 28 de abril.

A investigação é feita pela Delegacia de Defesa da Mulher de Santos. Num primeiro momento, o caso estava sendo investigado como subtração de incapaz, mas depois a polícia tratou como sequestro e cárcere privado.

“A defesa entende que não existe sequestro por parte de pai e mãe e que não tinha nada sendo pedido em troca, não tinha extorsão, e muito menos cárcere. A criança estava indo para a escola no Nordeste”, explicou Natália Bezan, advogada da mãe.

Na esfera criminal, a Polícia Civil poderá indiciar a mãe e as tias, além de dois homens que já tinham sido indiciados por ajudarem a mulher a retirar a criança da avó. Depois, caberá ao Ministério Público analisar se houve ou não crime.

Disputa

O caso também continua na Vara da Família. “A disputa pela guarda, questão de visitação, isso tudo vai continuar a ser discutido no processo de família”, afirmou a advogada. Ela disse ainda que a mãe retornará para o litoral paulista para ver o filho. A defesa vai recorrer da decisão que negou a mudança da guarda.

A advogada também solicitou estudos psicológicos do menino, do pai e da mãe. Segundo ela, o garoto ficou desesperado e não queria voltar para o pai e a avó materna. A versão é negada pela defesa do pai e da avó, segundo a advogada Talita Alambert.

“O menino reside na casa da avó paterna. Inclusive, a escola que estuda fica na esquina da casa da avó. O menino está brincando, essas alegações de que o pai é ruim, que tem péssimo relacionamento, temos provas e estive perto da família, ele é muito bem tratado. Estamos bem confiantes”, afirmou.

Ainda de acordo com a advogada, não houve surpresa com a revogação da prisão da mãe do menino, justamente pela criança ter sido entregue. “Estamos aguardando para verificar se o Ministério Público vai oferecer denúncia para que todos respondam criminalmente”, disse Talita.

Jornalista há 15 anos, com experiência em impresso, online, rádio, TV e assessoria de comunicação. É repórter da Itatiaia em São Paulo.