Ademar e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidia Cardoso, estariam sofrendo crises de abstinência de cetamina dentro da prisão, segundo a defesa da dupla. Os dois foram presos após Djidja ser encontrada morta na casa onde viviam em Manaus, na última terça-feira (28).
A polícia acredita que a
Verônica da Costa, gerente da rede de salões, também estaria sofrendo com crises de abstinência. A informação foi divulgada pela advogada da família Lidiane Roque, na manhã deste domingo (2), em entrevista à Rede Amazônica, da TV Globo. A advogada afirma que os três são dependentes químicos da cetamina. A defesa afirma que pretende pedir a internação compulsória dos três para tratar o vício.
A defesa relata que os três estão isolados dentro da prisão. Ademar e Verônica estão estáveis, mas Cleusimar apresenta sintomas mais críticos, como tremedeira, suor e ansiedade. Um dos advogados da família pediu para que a mãe de Djidja recebesse algum tratamento na enfermaria do presídio.
“Nesse momento, a nossa prioridade é o bem estar e a saúde mental dos nossos clientes. Então a gente vai tentar de todas as formas interná-los”, disse.
Mãe e irmão presos
Segundo a polícia, no momento da prisão, todos os três estavam sob efeito da cetamina. De acordo com o advogado da família, Vilson Benayon, a mãe e o irmão da ex-sinhazinha não foram ouvidos, pois não estavam em condições de dar depoimento no momento da prisão, já que estavam muito alterados pelo uso de drogas.
Além dos três, a polícia também prendeu Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, ambos funcionários da rede de salões da família.
Grupo usava cetamina em rituais de seita, diz polícia
A organização batizada de
O nome da seita “Pai, Mãe, Vida”, aparece no perfil do Instagram de Cleusimar, onde vídeos e fotos sobre o salão era postado, mas também sua vida pessoal. O grupo defendia o uso da cetamina, droga que matou a ex-sinhazinha, como uma forma de alcançar a elevação espiritual.
Eles acreditavam que Ademar (irmão) era Jesus Cristo, Cleusimar (mãe) era Maria, e Djidja seria Maria Madalena.
De acordo com a polícia, os
A defesa da família afirma que não existia nenhuma prática de grupo religioso durante as aplicações de cetamina. “Não existe esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual”, alega a advogada Lidiane Roque.
A advogada contou que é amiga pessoal da família e acompanhou os efeitos do vício entre os Cardoso. “Acompanhei essa progressão e fui testemunha ocular. No começo era discreto e passou a não ser mais. Hoje é visivelmente e explicitamente entender que os meus clientes precisam de ajuda médica”, disse.
“Eles não estão precisando de julgamentos. Eles não estão precisando de xingamentos. Eles estão precisando de que as pessoas entendam. A sociedade brasileira precisa entender que isso é uma situação grave. Não está afetando só a família Cardoso. Sabemos que muitas pessoas estão tendo acesso a esse tipo de droga, que é devastadora, que é altamente viciante, e a gente precisa pensar em políticas públicas sérias”, acrescentou Roque.