A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul acende um alerta sobre a saúde mental de profissionais e voluntários que atuam no salvamento. Muitos se doam ao máximo e sequer se preocupam com a própria saúde — chegando a exaustão mental.
O fato, que já é objeto de estudo de profissionais da psiquiatria e psicologia, é chamado de Síndrome do Super-Herói ou Síndrome Salvador. Conforme especialistas, esse foi o nome utilizado, pois quem sofre da realidade coloca a vida em risco, assumindo responsabilidades além da capacidade limite para ajudar o próximo.
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A psicologa Carol Campos explica que, quando esse modo de sobrevivência é “ativado”, a pessoa costuma abdicar de si para focar no outro. “Às vezes, abrindo mão até das próprias necessidades, como se alimentar, dormir ou até se higienizar”, disse.
A psicóloga explica que, inevitavelmente, todos que atuam na tragédia vão ter a saúde mental abalada. “O psicológico das pessoas vai ser afetado uma vez que eles estão diante de uma situação que a maioria deles nunca se deparou com elas: sejam as pessoas preparadas ou as pessoas que não estão preparadas. Aquela realidade é um fato novo”, acrescentou.
A especialista destaca a importância do atendimento de quem atua. “É importante ter uma preparação antes para essa frente de trabalho. O emocional é o que mais afeta a maioria das pessoas que estão nessa atividade, principalmente, devido aos vínculos emocionais que essas pessoas têm nos seus históricos”, disse.
Tragédia em números
O número de óbitos devido às chuvas no Rio Grande do Sul chegou a 147, informou a Defesa Civil nesta segunda-feira (13). Segundo o informativo, 806 pessoas estão feridas e outras 127 estão desaparecidas. Nos
Ainda segundo a Defesa Civil, 76.470 pessoas e 10.814