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Aeroporto de Porto Alegre investiu milhões em sistema contra inundações antes das chuvas do RS

Investimento de R$ 170 milhões custeou obra finalizada em 2022 e considerada ‘um dos maiores programas de drenagem do município'; tragédia já matou 100 pessoas, enquanto mais de 120 seguem desaparecidas

Aeroporto de Porto Alegre está tomado pela água

O Aeroporto Internacional de Porto Alegre (Salgado Filho), que está com atividades suspensas até o fim de maio após ter sido completamente tomado por uma inundação, investiu R$ 170 milhões em um novo sistema de drenagem dois anos antes do Rio Grande do Sul ser atingido por chuvas históricas. A tragédia já matou 100 pessoas, deixou quase 130 mil desalojados e quase 130 desaparecidos (veja como ajudar as vítimas no Rio Grande do Sul no fim da matéria).

A conclusão da obra, em meados de 2022, foi bastante comemorada pela empresa responsável pelo aeroporto. Segundo o conteúdo divulgado pela própria assessoria de imprensa na época, o novo sistema de drenagem é dividido em cinco bacias de acumulação de águas da chuva. A água é acumulada nestes reservatórios e, de lá, direcionada para o rio Gravataí ou para uma casa de bombas da capital gaúcha. No total, as bacias podem armazenar um volume de água equivalente a 406 piscinas olímpicas. Porém, apenas 14% desta água vem do aeroporto, enquanto o restante é água das chuvas que caem em Porto Alegre. Na época, a obra foi classificada como ‘um dos maiores programas de drenagem do município’.

Ao mesmo tempo que anunciou o novo sistema de drenagem, o Aeroporto Internacional de Porto Alegre também comemorou a homologação da nova pista de pouso e decolagem do aeroporto, construída com um investimento de R$ 135 milhões. A extensão da pista foi aumentada de 2.280 metros para 3,2 mil metros, permitindo a operação de aeronaves maiores.

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Temporal no RS

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em centenas de cidades. Segundo a Defesa Civil, as fortes chuvas que atingem o estado gaúcho, desde segunda-feira (29), já afetaram mais de 870 mil pessoas. De acordo com os dados mais atualizados, são 100 mortos, 128 desaparecidos e mais de 130 mil desalojados.

A Marinha do Brasil enviou equipes, embarcações, aeronaves e viaturas para ajudar no resgate. A Força Aérea Brasileira enviou dois helicópteros para resgatar vítimas em cidades isoladas por causa das interdições nas rodovias, como Candelária, por exemplo.

Como ajudar?

Segundo as autoridades, desabrigados e desalojados que foram acolhidos pela Defesa Civil precisam não só de alimentos, como também de colchões, roupas de cama e banho e também cobertores. Quem mora na região de Porto Alegre pode contribuir presencialmente no Centro Logístico da Defesa Civil Estadual (avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, Porto Alegre).

Além de receber doações de vários itens, as autoridades permitem a doação de qualquer tipo de valor em dinheiro. Para permitir a colaboração de pessoas de outras cidades e estados, o Governo do Estado criou uma chave Pix para receber doações. Quem quiser contribuir, pode fazer um Pix para o CNPJ 92958800000138.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.