Um estudo conduzido pela Fundação João Pinheiro (FJP) constatou que 26,5 milhões de moradias localizadas em áreas urbanas no Brasil possuem problemas de infraestrutura. O número corresponde a 41,2% do total deste tipo de domicílio no país. O levantamento faz parte da pesquisa Déficit Habitacional do Brasil e diz respeito ao ano de 2022.
Ainda conforme a pesquisa, mais de 60% dos imóveis com problemas são chefiados por mulheres e 53% tem como responsáveis pessoas que não se declaram brancas. A FJP atua na pesquisa em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.
Para o levantamento, a Fundação considera três tipos de “inadequações”, que são características dos domicílios que prejudicam a qualidade de vida de seus moradores.
- Carência de infraestrutura urbana: energia elétrica, abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo
- Carência edilícias: ausência de banheiro exclusivo, número de cômodos servindo de dormitório e armazenamento de água, piso e cobertura inadequados
- Inadequação fundiária urbana
Perfil dos moradores
Quase metade dos mais de 26 milhões de domicílios com problemas, conforme a pesquisa da FJP, tem como responsáveis famílias com renda total de até dois salários mínimos — o que seria o equivalente à Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Quase 17% do total corresponderia à Faixa 3 do programa (renda superior a R$ 8.000 mensais).
Regiões
A região Norte é a que aparece com a maior fatia dos domicílios com inadequação de infraestrutura urbana — 6 milhões —, seguido pela região Nordeste, com 4 milhões. A região Sudeste, por sua vez, apresenta 3 milhões de moradias com inadequação fundiária.