O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de soja, arroz, trigo, milho e outros itens na agricultura brasileira. Por isso, a tragédia que já matou mais de 80 pessoas, deixou quase 130 mil desalojados e mais de 110 desaparecidos preocupa também a situação econômica, não só do estado, mas do Brasil inteiro. Muitos brasileiros, incluindo especialistas, tentam entender se a chuva no Rio Grande do Sul pode afetar o preço dos alimentos (veja como ajudar as vítimas no Rio Grande do Sul no fim da matéria).
Em entrevista ao programa CNN Arena, da CNN Brasil, o economista Hélio Beltrão argumenta que a falta de produtos é natural em situações de calamidade, como a enfrentada pelo estado gaúcho. Com a escassez de itens, é provável que os preços subam por lá e os produtores tenham mais interesse em venderem sua produção no Rio Grande do Sul, afetando o consumo no resto do país. Apesar disso, o economista defende que o Poder Público não interfira nos preços de forma que possa prejudicar ainda mais a situação.
‘O governo adora quebrar uma lei fundamental, que é a lei da oferta e da procura. O governo teima em dar um jeito, seja tabelando ou fazendo qualquer coisa do tipo. No caso da falta de produtos faltantes, emergenciais, isso só iria atrapalhar’.
Em relação aos grãos que estavam estocados em silos e outros itens produzidos no Rio Grande do Su, o economista alerta para a possibilidade dos preços subirem não só no Brasil, mas também no mercado internacional: ‘o Rio Grande do Sul é muito importante na produção de grãos. Isso sem dúvida pode afetar os preços internacionais. Temos que vem em que extensão esses produtos serão inflacionados’.
Professor defende ação contra ‘abusos econômicos
Já Alessandro Soares, professor de Direito Constitucional, explica que as ‘crises climáticas’ podem não ser mais passageiras, mas sim permanentes. Ele defende que o Estado atue para evitar abusos econômicos por parte de produtores e empresários.
‘Quando há predomínio de mercado ou monopólio, pode ter abusos econômicos. Neste tipo de situação, temos possibilidade do estado usar instrumentos jurídicos, fazer intervenções necessárias para que isso não aconteça. Se a crise climática for permanente, isso vai demandar cada vez mais do Poder Público’.
Temporal no RS
As regiões mais afetadas pelas chuvas no RS são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari.
O Rio Grande do Sul decretou
A
Como ajudar?
Segundo as autoridades, desabrigados e desalojados que foram acolhidos pela Defesa Civil precisam não só de alimentos, como também de colchões, roupas de cama e banho e também cobertores. Quem mora na região de Porto Alegre pode contribuir presencialmente no Centro Logístico da Defesa Civil Estadual (avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, Porto Alegre).
Além de receber doações de vários itens, as autoridades permitem a doação de qualquer tipo de valor em dinheiro. Para permitir a colaboração de pessoas de outras cidades e estados, o Governo do Estado criou uma chave Pix para receber doações. Quem quiser contribuir, pode fazer um Pix para o CNPJ 92958800000138.