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Entenda o que é livor cadavérico, condição de morto levado para pegar empréstimo no RJ

Termo médico representa o acúmulo de sangue causado pela interrupção da circulação sanguínea e pode indicar que o idoso não morreu na cadeira de rodas

Caso foi registrado no Rio de Janeiro

O caso do idoso morto que foi levado pela sobrinha para fazer um empréstimo em uma agência bancária no Rio de Janeiro repercute no Brasil e em outros países desde a tarde de terça-feira (16), quando o caso foi noticiado pela imprensa. A suspeita, Érika de Souza Vieira Nunes, foi presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.

O delegado Fábio Luiz, responsável pelo caso, afirmou em entrevista que o idoso tinha ‘aspecto de cadáver’. Além disso, o delegado afirmou que foram encontrados livores cadavéricos na nuca do idoso, o que pode indicar que o homem não morreu na cadeira de rodas. Descubra abaixo o que é livor cadavérico.

O que é livor cadáverico?

Os livores são acúmulos de sangue causados pela interrupção da circulação sanguínea por conta da morte da pessoa. Esses acúmulos de sangue causam manchas em áreas do cadáver que estavam em contato com superfícies ou objetos. Inicialmente, os livores são de cor rosada ou pálida, mas, posteriormente, chegam a uma tonalidade roxa.

Segundo um artigo do médico Nilo Jorge Rodrigues Gonçalves, uma vez que os livores se estabelecem, eles não são transferidos para outras regiões corporais mesmo quando a posição do cadáver é alterada. Isso explica porque os livores cadavéricos encontrados na nuca do idoso indicam que ele pode ter morrido deitado e só depois foi colocado na cadeira de rodas. Se ele tivesse morrido na cadeira de rodas, haveria acúmulo de sangue nas pernas

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Entenda

Uma mulher foi detida nessa terça-feira (16) em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, após levar um cadáver em uma cadeira de rodas para tentar retirar um empréstimo no valor de R$ 17 mil em uma agência bancária.

A ação de Érika de Souza Vieira Nunes foi flagrada por funcionários do banco, que suspeitaram da atitude da mulher. A polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência também foram acionados, e foi constatado que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto.

Segundo Fábio Luiz, delegado responsável pelo caso, o homem já estava morto há algumas horas. A defesa de Érika, no entanto, nega e afirma que o idoso começou a passar mal dentro do banco.

Ela ficou detida durante toda a madrugada dessa quarta-feira (17) na 34ª DP em Bangu, e deve passar por audiência de custódia. Ela pode responder por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, sem direito a fiança.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.