Viúva da vereadora Marielle Franco, Monica Benício afirmou que houve ‘falta de vontade política’ para a elucidação do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes e disse que ‘o estado democrático de direito precisa de respostas [sobre o crime] para se manter’. Três suspeitos de envolvimento no crime foram presos neste domingo (24) pela Polícia Federal.
Em entrevista ao lado de Ágatha Amaus, viúva do motorista Anderson Gomes, na porta da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Mônica subiu o tom, dizendo que a Polícia Civil ‘não foi só negligente, mas conivente’ com o assassinato de Marielle e a demora na conclusão da investigação. Mônica também falou sobre a possível interferência política no inquérito.
‘Para chegar a 6 anos (de investigação), faltou vontade política para que o caso fosse elucidado. A parte da especulação, polarização política, esvaziaram o debate principal da morte de duas pessoas e a luta por justiça. Foi o assassinato de uma vereadora. O estado democrático de direito precisa dessa resposta e de justiça para se manter. Não há dúvida que houve interferência e isso não foi por incompetência, mas por cumplicidade’.
Mônica afirmou que ainda não foi informada sobre as possíveis motivações do assassinato, mas acredita que isso deve ser esclarecido assim que ela e os familiares de Marielle Franco tiverem acesso ao inquérito.
‘Foi deixado claro para a gente que, com o acesso ao inquérito, nós ficaremos sabendo. O pronunciamento do Ministério Público e da Polícia Federal foi respeitoso. Prestaram os esclarecimentos possíveis. A motivação, para mim, é algo que ainda precisa ser melhor explicado. Acredito que, quando tivermos acesso [ao inquérito], poderemos tirar conclusões. A luta por justiça ainda segue’.