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Faltou vontade política, diz viúva de Marielle Franco sobre investigação do caso

Mônica Benício afirmou que a polarização tirou o foco do assassinato de duas pessoas e a luta por justiça e disse que o estado democrático de direito precisa da solução da morte de Marielle para ‘se manter’

Mônica Benício era viúva de Marielle Franco

Ver resumo
  • A Polícia Federal prendeu, neste domingo (24), três pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
  • Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil; Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e Rivaldo Barbosa, delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram presos.
  • Os irmãos Brazão são suspeitos de serem mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes e o delegado, de obstrução de justiça.
  • A Polícia Federal também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Os presos e os documentos foram levados à sede da PF no Rio de Janeiro.
  • Ainda neste domingo, os três presos serão transferidos para um presídio federal em Brasília.
  • “Estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos”, disse a família de Marielle Franco em nota
  • “Falta muita coisa para a gente ter paz”, disse a viúva de Anderson Gomes, motorista de Marielle Franco
  • O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai falar sobre o assunto em entrevista coletiva às 14h.

Viúva da vereadora Marielle Franco, Monica Benício afirmou que houve ‘falta de vontade política’ para a elucidação do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes e disse que ‘o estado democrático de direito precisa de respostas [sobre o crime] para se manter’. Três suspeitos de envolvimento no crime foram presos neste domingo (24) pela Polícia Federal.

Em entrevista ao lado de Ágatha Amaus, viúva do motorista Anderson Gomes, na porta da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Mônica subiu o tom, dizendo que a Polícia Civil ‘não foi só negligente, mas conivente’ com o assassinato de Marielle e a demora na conclusão da investigação. Mônica também falou sobre a possível interferência política no inquérito.

‘Para chegar a 6 anos (de investigação), faltou vontade política para que o caso fosse elucidado. A parte da especulação, polarização política, esvaziaram o debate principal da morte de duas pessoas e a luta por justiça. Foi o assassinato de uma vereadora. O estado democrático de direito precisa dessa resposta e de justiça para se manter. Não há dúvida que houve interferência e isso não foi por incompetência, mas por cumplicidade’.

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Mônica afirmou que ainda não foi informada sobre as possíveis motivações do assassinato, mas acredita que isso deve ser esclarecido assim que ela e os familiares de Marielle Franco tiverem acesso ao inquérito.

‘Foi deixado claro para a gente que, com o acesso ao inquérito, nós ficaremos sabendo. O pronunciamento do Ministério Público e da Polícia Federal foi respeitoso. Prestaram os esclarecimentos possíveis. A motivação, para mim, é algo que ainda precisa ser melhor explicado. Acredito que, quando tivermos acesso [ao inquérito], poderemos tirar conclusões. A luta por justiça ainda segue’.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.