Ágatha Amaus, viúva do motorista Anderson Gomes, que foi morto ao lado de Marielle Franco em março de 2018, classificou o envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa no crime como um ‘tapa na cara’ e disse que, mesmo com a prisão de três envolvidos nos assassinatos, ainda falta muita coisa para que ela tenha paz. Rivaldo assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes dos homicídios e chegou a classificar o crime como ‘um atentado contra a democracia’.
A viúva de Anderson Gomes conversou com a imprensa na saída da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, ao lado de Mônica Benício, viúva de Marielle Franco. Muito emocionada, Ágatha disse que ainda é preciso avançar muito na investigação do caso e demonstrou estar revoltada com o envolvimento de Rivaldo Barbosa.
‘Depois de 6 anos, é o mais perto que a gente já chegou. Espero que ainda avance muito mais. Não tem resposta clara ainda, não tem história completa. Ver que as pessoas que participaram no crime nos abraçaram, beijaram e prometeram solução, falaram até que era amigo…isso é um tapa na cara, é pisotear ainda mais. Ele olhou nos olhos, fez promessas. É tão doloroso. Não foram só os cinco presos, tem mais gente que colaborou de alguma forma. Falta muita coisa para a gente ter paz’.
Viúva de Marielle sobe o tom e fala em ‘conivência’
Ao lado de Ágatha Amaus, Mônica Benício subiu o tom e afirmou que a Polícia Civil ‘não foi só negligente, mas conivente’ com o assassinato de sua esposa, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes. Emocionada, ela relembrou que Rivaldo Barbosa prometeu que o caso seria solucionado ‘o mais rápido possível’ e disse que as prisões ainda não são fecham a investigação.
‘O nome de Rivaldo Barbosa, sem dúvida, foi uma grande surpresa. Em especial considerando que ele foi a primeira autoridade que recebeu a família, no dia seguinte, dizendo que seria prioridade da Polícia Civil a elucidação desse caso. Hoje, saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu dizendo que o caso era prioridade tem envolvimento nesse mando é para nós entendermos que a polícia não foi só negligente, mas especial que foi conivente por todo esse tempo sem solucionar o caso’.