Preso neste domingo (24) por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, comandou o órgão nos primeiros meses de investigação do caso. O delegado garantiu à parlamentares do Psol que o assassinato seria solucionado ‘o mais rápido possível’ e chegou a classificar o crime como ‘um atentado contra a democracia’.
A declaração foi dada no dia 15 de março de 2018, cerca de 24 horas após o homicídio. Em coletiva de imprensa ao lado do então deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que era amigo de Marielle. Rivaldo demonstrou, na entrevista, que estava empenhado na investigação e afirmou que ele próprio era amigo de Marielle Franco.
‘Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo’
Rivaldo Barbosa chegou a dar uma coletiva de imprensa ao lado do amigo pessoal de Marielle Franco, o político Marcelo Freixo
Segundo o repórter Bruno Tavares, da Globo,
Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur e que participou da coletiva ao lado de Rivaldo em 2018, fez uma publicação no X (antigo Twitter) logo após a prisão do delegado. Ele relembrou que procurou Rivaldo logo após o assassinato e que ouviu do investigador que o caso seria solucionado. ‘Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro’, concluiu Freixo.
Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar. Agora a Polícia Federal prendeu os autores…
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) March 24, 2024