O incêndio no Edifício Joelma, em São Paulo, completa nesta quinta-feira (1) 50 anos. O fogo começou devido a um curto-circuito no sistema de refrigeração, e se tornou uma das maiores tragédias da história do Brasil, com 189 mortos e mais de 300 feridos.
O fogo teve início no 12º andar, ocupado pelo Banco Crefisul. A propagação das chamas foi intensificada pela fachada de cortinas e o forte vento que atingia a capital paulista.
A falta de um plano de emergência agravou o cenário e levou à morte de centenas de pessoas, que até hoje são homenageadas nesta data.
Pânico
Com o projeto do arquiteto Salvador Candia, o Edifício Joelma havia sido inaugurado em 1971 e era considerado um marco arquitetônico do centro de São Paulo.
A estrutura era composta por duas torres de 25 andares. Entre eles, havia uma única escada central e o edifício não estava preparado para lidar com emergências dessa magnitude.
O prédio abrigava escritórios e empresas. Muitas pessoas estavam trabalhando no momento do incêndio, que começou por volta das 8h45.
As salas eram repartidas por divisórias e tinham carpetes, móveis de madeira e cortinas de tecido, que contribuíram para que o fogo se alastrasse rapidamente.
A falta de um plano eficiente de evacuação e o pânico levaram ao grande número de vítimas. A maioria delas morreu devido à inalação de fumaça tóxica.
O incidente levou a mudanças nas normas de segurança de edifícios no Brasil. Após o incêndio de 1974, o prédio passou por reformas e foi renomeado como “Edifício Praça da Bandeira”.
As modificações visavam tornar o local mais seguro e minimizar as lembranças da tragédia. O prédio ainda está de pé hoje, mas ainda é “assombrado” pelo passado.
Condenações
Pelo lado criminal, cinco pessoas foram responsabilizadas pelo incêndio no Joelma. Em abril de 1975, Kiril Petrov, engenheiro responsável pelas instalações gerais do edifício, foi condenado a três anos de prisão.
Os eletricistas Sebastião da Silva Filho, Alvino Fernandes e Gilberto Araújo e o proprietário da empresa Termoclima, Walfried Georg, foram condenados a dois anos de cadeia.
Eles recorreram da sentença e houve diminuição das penas. No entanto, de acordo com o autor do livro “Fevereiro em chamas”, Adriano Dolph, nenhum deles chegou a cumprir pena.
“Todos permaneceram livres”, disse o autor do livro que retrata a tragédia.
*Com informações da Agência Brasil
Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular. Clique aqui e se inscreva.