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Milícias dominam metade da região metropolitana do Rio de Janeiro e impõem medo e violência

De acordo com um morador da zona oeste as milícias controlam a vida da população local

O crescimento das milícias na zona oeste do Rio de Janeiro é um problema que preocupa autoridades e moradores da região. Dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que o número de mortos a tiros na região mais do que dobrou de 2022 para 2023, passando de 109 para 248.

De acordo com um morador da zona oeste ouvido pela reportagem, as milícias controlam a vida da população local, cobrando taxas, limitando a liberdade de escolha e impondo o medo. “A gente paga uma taxa mensal de segurança, que a gente não sabe que segurança que é, na verdade. É o inverso disso. Pagam uma taxa para não sofrer uma violência de quem lhes cobra”, disse o morador.

O professor José Claudio Sousa Alves, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, afirma que as milícias são grupos paramilitares formados por agentes públicos e civis. Ele acredita que a relação entre as milícias e o Estado é o que mais dificulta o combate a esses grupos. “O fato dela estar intrinsecamente ligada ao Estado hoje é o maior problema do enfrentamento às milícias e ao crime organizado como um todo”, diz Alves.

O coordenador do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, Carlos Nhanga, defende ações estruturais para enfrentar o crime organizado, como a reconfiguração da estrutura da segurança pública e políticas voltadas para a cultura e para a geração de renda. “Se não caminha nessas direções, não vai resolver esse problema nunca”, diz Nhanga.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, determinou que toda a força policial do estado esteja nas ruas, com o uso de viaturas, carros blindados, helicópteros e drones. Após os ataques, 12 pessoas foram detidas. Segundo Castro, seis foram liberadas por ausência de “indício de autoria e materialidade”.

A situação na zona oeste do Rio de Janeiro é um exemplo do crescimento das milícias no estado. Dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que as milícias dominam metade da área da região metropolitana do Rio de Janeiro. O problema é grave e requer ações urgentes para garantir a segurança da população.

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