Os efeitos do El Niño sobre a temperatura das águas do oceano Pacífico Equatorial Central deixam a água do mar 1,7°C mais quente nesta primavera. Os dados são da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, e apontam que este é o maior valor nesta área do Pacífico e a maior anomalia observada na região desde a semana de 9 de março de 2016, quando a anomalia nesta área foi de 1,8°C.
Esta região do Pacífico é a usada como referência para definir se há El Niño e qual a intensidade. O valor está na faixa de El Niño forte (+1,5ºC a +1,9ºC). “A região Niño 1+2, estava com anomalia de +2,8ºC, em nível de El Niño costeiro muito forte junto ao Peru e Equador, aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro e que atingiu o máximo de intensidade durante o inverno”, explica MetSul. A maior anomalia de El Niño costeiro na região Niño 1+2 neste ano se deu na semana de 19 de julho com 3,5° C.
“Em agosto, as temperaturas da superfície do mar (TSM) estiveram acima da média em todo o Oceano Pacífico equatorial, com fortalecimento no Pacífico central e Centro-Leste”, detalha NOAA.
El Niño e o clima no Brasil
A tendência é de o fenômeno El Niño seguir influenciando o clima nos próximos meses no Brasil com excesso de chuva no Sul e seca na Amazônia, e ainda com perspectiva de as águas aquecerem mais na porção Centro-Leste do Pacífico com a consequente intensificação do fenômeno, explica MetSul.
“De acordo com o conjunto médio das projeções, o máximo de intensidade deste evento de El Niño seria alcançado entre dezembro e o começo de 2024.”
Com base na média dos modelos climáticos dinâmicos, que possuem maior índice de acerto, o pico de intensidade deste episódio de aquecimento do Pacífico teria anomalia em torno de 2,0ºC, ou seja, no limiar de um El Niño forte a muito forte.