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Grito dos Excluídos sai as ruas do Centro do RJ; mães de filhos vítimas da violência ocupam linha de frente

Mães foram posicionadas na linha de frente do protesto para chamar atenção para as mais de 600 crianças baleadas no estado nos últimos sete anos

Ato ocorre nesta manhã no Centro do Rio de Janeiro

Centenas de pessoas se concentram na rua Uruguaia, no Centro do Rio de Janeiro, a cerca de 800 metros do local do desfile cívico militar, para um protesto denominado “O Grito dos Excluídos”. Manifestantes devem caminhar até à Praça Mauá, também no Centro, num percurso de cerca de 700 metros.

Com o lema “você tem fome e sede de quê?”, manifestantes compostos pela população em geral, além de sindicatos e movimentos sociais, levantam bandeiras como o fim da violência no estado, da fome, do desemprego, e da desigualdade social e criticam as más condições de moradia, saúde e educação.

Mães que perderam seus filhos para a violência no estado foram posicionadas no início do protesto. Entre elas, Bruna Silva, que perdeu o filho há cinco durante uma operação da Polícia Civil e do Exército na comunidade da maré, na zona norte do Rio. Até hoje ela pede justiça.

“Marcos Vinícius era um menino de 14 anos que estava a caminho da escola uniformizado, com mochila nas costas, quando foi atingido por um agente do Estado. Há cinco anos, eu estou na luta brigando por Justiça. Até hoje, está em fase de inquérito. A gente precisa de respostas”, disse.

Sandra Quintela, uma das organizadoras do Grupo dos Excluídos no Rio de Janeiro, disse que as mães foram posicionadas na linha de frente do protesto para chamar atenção para as mais de 600 crianças baleadas no estado nos últimos sete anos.

“Gritamos para ter uma saúde pública de qualidade, pelo não genocídio contra o povo preto e pobre, pelos filhos de pessoas assassinados pela polícia. A gente sai no dia 7 de Setembro para mostrar que o Brasil ainda não é independente, alimentamos uma máquina de exclusão”, disse.

O policiamento estava bastante reforçado na região do Centro com a presença de policiais militares de diversos batalhões, além de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.