O advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem foi condenado a 11 anos de prisão em regime fechado por atropelar uma servidora pública no Lago Sul, em Brasília, em agosto de 2021. A decisão saiu na madrugada desta quarta-feira (26), após quase 15 horas de julgamento.
O crime foi cometido na manhã do dia 25 de agosto de 2021. Paulo se desentendeu com a vítima, Tatiana Matsunaga, após uma confusão no trânsito. A mulher deixava o filho de 8 anos na escola no momento da confusão. Após discutirem, Paulo ainda perseguiu Tatiana por cerca de 3 quilômetros, até ela chegar em frente ao prédio onde morava.
Os dois voltaram a discutir e, em determinado momento, o homem acelerou o carro e atropelou a servidora, que caiu no chão. O advogado ainda passou em cima do corpo da vítima antes de fugir.
Durante o julgamento, o perito Marcelo Montezani, contratado pelo acusado, apresentou uma simulação do acidente e afirmou que poderia haver um “ponto cego” que impediu o advogado de ver a vítima no momento do atropelamento.O perito disse ainda que, se a vítima não tivesse me mexido, ela não teria sido atropelada.
Apesar das alegações, o advogado foi condenado a 11 anos de prisão por tentativa de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Paulo já está preso desde agosto de 2021 em uma cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele tem direito a esse alojamento por ser advogado.
Horas após a condenação, a seccional do Distrito Federal Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) anunciou a expulsão do advogado. Com isso, ele pode perder o direito de exercer a profissão e também pode deixar a cela especial. O processo ainda vai ser julgado pelo órgão.