Os feminicídios cresceram 6,1% em 2022: 1.437 mulheres mortas simplesmente por serem mulheres no Brasil. Os números fazem parte da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (20).
O levantamento traça o perfil das vítimas de feminicídio: 61,1% eram negras e 38,4% brancas. “O recorte em termos de raça/cor das mulheres vítimas de violência letal no país reafirma os elementos de racismo que perpassam todas as modalidades criminosas no país, de um jeito ou de outro”, informou o anuário.
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Quanto à idade, 71,9% das vítimas de feminicídio tinham entre 18 e 44 anos quando foram mortas, sendo que o maior percentual se concentra na faixa entre 18 e 24 anos. Os dados também mostram que 7 em cada 10 vítimas de feminicídio foram mortas dentro de casa.
Violência doméstica
Além dos crimes contra a vida, as agressões em contexto de violência doméstica tiveram aumento de 2,9%, totalizando 245.713 casos; as ameaças cresceram 7,2%, resultando em 613.529 casos.
No ano passado, foram 445.456 Medidas Protetivas de Urgência concedidas. O número representa um aumento de 13,7%.
O crime de perseguição, conhecida como stalking, integrou os números do anuário pela primeira vez: 53.918 registros 2022, uma taxa de 56,5 por 100 mil. O monitoramento desta modalidade é fundamental, dado que o stalking é fator de risco para a ocorrência de feminicídios.
Já a violência psicológica foi tipificada em 2021 e resultou em 24.382 boletins de ocorrência, com taxa de 35,6 mulheres por grupo de 100 mil.