O Brasil registrou 74.930 casos de estupro em 2022, o maior da história do país. Isso significa que, por minuto, são registrados 205 boletins de ocorrência de violência sexual. São 8,2% a mais em comparação com 2021. Os números fazem parte da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (20). Veja abaixo os principais indicativos:
88,7% das vítimas são do sexo feminino;
61,4% das vítimas tem entre 0 e 13 anos;
10,4% das vítimas tem menos de 4 anos;
68,3% dos crimes ocorrem nas casas;
9,4% dos crimes ocorrem vias públicas;
Entre as vítimas de 0 a 13 anos, 86,1% dos autores são conhecidos;
Entre as vítimas de 14 anos ou mais, 72,2% dos autores são conhecidos e 24,3% parceiros ou ex-parceiras;
O número de casos de estupro de vulnerável cresceu 7%;
56,8% das vítimas são pretas ou pardas.
Entre as vítimas de 14 anos ou mais, chama a atenção que 24,4% dos casos foram praticados por parceiros ou ex-parceiros íntimos da vítima, 37,9% por familiares e 15% por outros conhecidos. Apenas 22,8% dos estupros de pessoas com mais de 14 anos foram praticados por desconhecidos.
O levantamento, também, analisou os registros de estupro e estupro de vulnerável por estados. Em primeiro lugar está o Pará com 4.557 registros, com um aumento de 23,5%. Amazonas (836), Rio Grande do Norte (881), Acre (745) e Acre (745) estão em seguida. Confira o ranking completo e cidades e números absolutos de 2022:
Acre (745)
Alagoas (1.040)
Amapá (628)
Amazonas (836)
Bahia (4.558)
Ceará (1.897)
Distrito Federal (754)
Espírito Santo (1.736)
Goiás (3.667)
Maranhão (2.273)
Mato Grosso (1.889)
Mato Grosso do Sul (2.191)
Minas Gerais (4.491)
Pará (4.557)
Paraíba (546)
Paraná (6.648)
Pernambuco (2.705)
Piauí (1.241)
Rio de Janeiro (5.627)
Rio Grande do Norte (881)
Rio Grande do Sul (5.193)
Rondônia (1 027)
Roraima (126)
Santa Catarina (4.341)
São Paulo (12.615)
Sergipe (885)
Tocantins (1.033)
A pesquisa também analisou dados de tentativas de estupro: de 2021 para 2022, o número pulou de 4.482 para 4.639, um crescimento de 3%.
Vale ressaltar que a pesquisa considera casos de ocorrências informados às autoridades policiais. Mas, conforme as autoridades, o número ainda é subnotificado.