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Saul Klein: empresário é condenado a pagar R$ 30 milhões para vítimas de exploração sexual

Filho do fundador das ‘Casas Bahia’ aliciou mais de 100 jovens entre 16 e 21 anos; esta é a maior condenação por tráfico de pessoas do país

Saul Klein é acusado de aliciar mais de 100 meninas, entre 16 e 21 anos, com a falsa promessa de que trabalhariam como modelos

O empresário Saul Klein, filho do fundador das “Casas Bahia”, foi condenado a pagar uma indenização coletiva pelos crimes de exploração sexual, trabalho escravo e estupro. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (14), a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT). Esta é considerada a maior condenação por tráfico de pessoas do país.

Klein é acusado de aliciar mais de 100 meninas entre 16 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social, com a falsa promessa de que trabalhariam como modelos. As vítimas eram mantidas em cárcere privado em um sítio, na cidade de Boituva, em São Paulo, e obrigadas a manter relações sexuais com ele.

Vítimas eram trancadas e não tinham acesso ao celular

Depois de serem aliciadas, os celulares das jovens eram recolhidos e elas ficavam sob ameaça e vigilância armada. As investigações também apontaram que as vítimas foram contaminadas com doenças sexualmente transmissíveis (ISTs). A maior parte foi diagnosticada com o papilomavírus humano (HPV).

As informações foram passadas por uma ginecologista que atendia as meninas durante as festas sexuais promovidas por Klein em seu sítio. Através do depoimento da médica, o Ministério Público contabilizou cerca de 100 mulheres.

“Algumas vítimas relatam que ficavam mais de 24h trancadas num quarto com o réu e eram dominadas sexualmente a qualquer hora do dia, mesmo enquanto dormiam, sem qualquer chance de resistência física ou moral”, disse Gustavo Accioly, procurador do Trabalho que assina a ação, ao Metrópoles.

Segundo o promotor, a condenação é referente ao fato de Klein tirar proveito da situação econômica das vítimas para submetê-las a praticarem atos sexuais à força. Na decisão, a juíza afirma que o empresário “se valia de uma grande estrutura para a prática dos ilícitos, detentor de grande influência e poder econômico, o que leva a crer que pode vir a praticar novamente tais atos”.

Além da condenação do empresário, a juíza determinou a apuração da conduta da médica ginecologista pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM-SP).

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