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Mulher pendura faixa em prédio, pede socorro e revela ser espionada por vizinho há 2 anos

Mulher relata ser perseguida pelo homem, que mora no prédio que fica em frente ao dela

Mulher pendura faixa em prédio e pede ajuda

Quem passou pela Vila Gumercindo, na Zona Sul de São Paulo, se surpreendeu ao ver uma faixa escrita: “Socorro! Sou uma mulher e vítima de injúria e assédio”. A dona do cartaz é Denize Kaluf, de 59 anos, que relatou que o suspeito, que mora em frente ao seu apartamento, passa o dia espiando cada passo dela. Para evitar o encontro com os olhares do vizinho e os xingamentos, ela caminha abaixada no imóvel. As informações são do g1.

Deniza já registrou três boletins de ocorrência e entregou um dossiê para o condomínio do prédio onde o suspeito reside. Porém, nenhuma medida foi tomada. Ela relata, ainda, ter sido ameaçada e ofendida pelo homem, o que a fez tomar uma medida desesperadora: pendurar uma faixa pedindo socorro na sacada do prédio.

A coordenadora de eventos contou ao g1 que, desde 2021, é perseguida pelo vizinho. No início, Deniza disse ficar em dúvida se as ofensas eram direcionadas para ela. “Até que um dia, em abril de 2022, fui até a cozinha, estava com as janelas abertas e ouvi ‘sai do celular vagabunda, vai buscar o que fazer’. Tudo que estava acontecendo no meu apartamento era motivo para injúrias o tempo todo”, comentou.

Com o passar do tempo, ela descobriu que não é a primeira pessoa a ter problemas com o homem. Uma vizinha, que morou no mesmo prédio dele, relatou que registrou um boletim contra ele em 2021, mas preferiu se mudar por “medo”.

“Nesse ano as ofensas ficaram mais frequentes, ele me chama de vadia, lixo, vagabunda, fofoqueira o tempo inteiro. Eu cheguei no meu limite e fiz uma reclamação para o síndico do prédio pedindo socorro e ele me disse que eu precisava formalizar por e-mail, algo que já tinha feito centenas de vezes”, recordou Deniza.

Ela lembra que no dia 2 de junho passou pela mesma situação e, que, com o emocional abalado, começou a gritar com ele na sacada. Em busca de uma solução efetiva, ela colocou a faixa no prédio. “Eu estou com medo, presa na minha própria casa, eu sinto na pele o meu medo, tenho andado no meu apartamento no escuro, abaixada, porque vejo que a luz do apartamento dele está acesa”, acrescentou.

Ao g1, o advogado Marcio Rachkorsky, especialista em condomínios, explicou que esse caso configura violência contra a mulher. Ele recomendou que, após fazer um boletim de ocorrência, a vítima contrate um advogado. “Mas o síndico do prédio do agressor tem o dever de tomar providências, nesse caso não somente em favor dela, mas providências administrativas”, completou.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.