Cinco policiais federais devem ser ouvidos, como testemunhas, na tarde desta quarta-feira (24) em audiência do julgamento que apura a morte do menino João Pedro. A próxima audiência está marcada para o dia 12 de julho, quando policiais civis também serão ouvidos como testemunhas.
João Pedro foi morto a tiros, aos 14 anos, em 18 de maio de 2020, durante uma operação policial conjunta com a Polícia Federal para o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Rio de Janeiro.
“Em total menoscabo pelas vidas dos moradores inocentes da localidade de Itaoca, adentraram no terreno e alvejaram, sem nenhum motivo justificador, a residência em cujo interior se encontravam seis jovens desarmados, vindo a atingir e matar a vítima”, relata denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Após três anos da morte do garoto, a família segue pedindo por justiça. Os policiais foram denunciados à Justiça, em dezembro de 2020, por homicídio duplamente qualificado e fraude processual. De acordo com as investigações, o tiro de fuzil que matou o adolescente pelas costas partiu da arma de um policial. A casa do tio do garoto ficou com mais de 70 marcas de tiros.
Conforme a denúncia do MP, enquanto aguardavam a chegada da equipe de peritos da Delegacia de Homicídios de São Gonçalo (DH-NIT/SG), Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister teriam alterado o local do crime, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos.
A denúncia aponta, também, que os policiais plantaram no local diversos artefatos explosivos, uma pistola Glock 9mm, “posicionaram uma escada junto ao muro dos fundos do imóvel e produziram marcas de disparos de arma de fogo junto ao portão da garagem do mesmo imóvel, para se eximirem da responsabilidade criminal.”