No dia 20 e abril de 2008, o padre Aderli de Carli saiu em Paranaguá (PR) em um voo com centenas de balões de gás hélio em direção a Dourados (MS). Contudo, ele nunca chegou ao seu destino. O caso ficou marcado na memória dos brasileiros, que relembram do religioso como “Padre do Balão”.
Esta quinta-feira (20) marca 15 anos da trágica viagem do católico. Ele decidiu se arriscar em uma viagem com destino ao Mato Grosso do Sul. A Itatiaia relembra o caso e traz curiosidades da viagem frustrada. Confira:
A história do padre
Aderli de Carli nasceu em 1967 em Ampére (PR). O que poucos sabem é que o padre era um paraquedista experiente. Os voos em balões de gás hélio tinham o intuito de chamar atenção e arrecadar doações para a sua Pastoral Rodoviária, criada em 2004.
A Pastoral criada por Aderli servia como uma espécie de pousada para os motoristas que passavam pela cidade portuária de Paranaguá, de onde ele embarcou para sua última viagem.
O “Padre do Balão” também ficou marcado pela luta por Direitos humanos ao denunciar maus tratos e violência contra moradores de rua de Paranaguá.
Voo teste para a Argentina
Antes da viagem do dia 20 de abril, o “Padre do Balão” executou com sucesso uma viagem com balões de gás hélio até a Argentina. O deslocamento durou cerca de quatro horas.
A viagem até San Antonio, no dia 13 de janeiro de 2008, foi de 25 quilômetros, e o padre fez o voo com cerca de 600 bexigas infladas.
A última viagem
Sentado em uma cadeira que seria suspensa por cerca de 1000 balões de gás hélio, o Padre do balão decolou em direção a Dourados, no Mato Grosso do Sul.
O voo duraria cerca de 20 horas e percorreria uma distância de aproximadamente 950km. A preparação para a viagem contou com uma missa especial, na presença de fiéis e da imprensa.
O dia estava nublado e chuvoso. Mesmo assim, Aderli decidiu seguir com a decolagem. Vinte minutos depois da partida, o sacerdote já havia atingido uma altitude de 5800 metros acima do nível do mar.
Em contato com sua equipe e solo, ele alertava que as condições térmicas não estavam favoráveis e que o GPS não funcionava bem. O último contato dele com a Polícia Militar foi às 21 horas do mesmo 20 de abril. Investigações da época apontaram que a chuva e o vento o teriam levado em direção ao mar.
Restos encontrados no Rio de Janeiro
Por meses, Aderli foi considerado desaparecido. Marinha e Aeronáutica, com apoio de voluntários, montaram uma “força tarefa” para desvendar o paradeiro do padre.
Em julho de 2008, os restos mortais do sacerdote foram encontrados por um barco rebocador da Petrobrás, que estava na costa de Maricá, no Rio de Janeiro. O posterior exame de DNA, feito pelo Instituto de Pesquisa Genética Forense, concluiu que os restos encontrados eram realmente de Aderli.
O sepultamento foi realizado na cidade natal do padre, Ampére, no interior paranaense.
(Sob supervisão de Marina Dias)