A Polícia Federal investiga a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com suspeitos de trocar bagagens no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com o objetivo de enviar drogas para o exterior. Segundo relatório da PF, o PCC tem recrutado funcionários terceirizados do aeroporto desde 2019. As informações são da CNN Brasil.
Os recrutados, que atuam em áreas restritas do aeroporto, receberiam em média R$ 30 mil por cada bagagem com cocaína despachada para fora do Brasil. Ainda de acordo com a CNN Brasil, isso representa mais de um ano de salário de cada terceirizado, que recebem cerca de R$ 1,6 mil por mês. A preferência do PCC seria por funcionários sem ficha criminal para evitar levantar suspeitas ou para que, se forem presos, tenham penas menores.
O esquema de trocas de bagagens nos aeroportos brasileiros ganhou repercussão após duas brasileiras serem presas na Alemanha acusadas de tráfico de drogas. Elas tiveram as etiquetas trocadas para malas carregadas de drogas. As duas saíram de Goiânia, mas, segundo investigação da Polícia Federal, as etiquetas foram trocadas justamente no aeroporto de Guarulhos.
Além deste caso, a Polícia Federal fez uma operação em julho de 2022 contra o esquema de troca de bagagens. Dezoito funcionários do aeroporto foram presos. No celular de um deles, havia trocas de mensagens com integrantes do PCC. Os funcionários recrutados colocavam as malas com as drogas direto no porão das aeronaves. Com isso, a bagagem não passava pela fiscalização.
A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto de Guarulhos, disse à CNN Brasil que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas e que, quando há incidentes, se reúne com as autoridades para discutir como melhorar os protocolos de segurança.
