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Professor da UFAL é detido e deportado do México acusado de tentar entrar no país com visto falso

Diego Torres, que recebe bolsa do CNPq afirmou que ao chegar ao México foi detido, revistado e separado da família

Diego estava no país a convite da Universidade Autônoma da Cidade do México

Um professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) foi detido e deportado enquanto tentava entrar no México na última sexta-feira (27). O pesquisador e doutor, Diego de Oliveira Souza, teve sua entrada e a de sua família negadas sob a justificativa de que os vistos apresentados por eles eram falsificados.

O professor estava no país a convite da Universidade Autônoma da Cidade do México, e possuía bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Diego garante que o documento era legítimo e que foi emitido pelo consulado do Governo do México, no Rio de Janeiro, em 23 janeiro.

De acordo com o pesquisador, ao chegar no país, juntamente com sua esposa, sua sogra e seus dois filhos, de 1 e 3 anos, ele foi surpreendido pela Polícia da Imigração alegando que o visto era falso. Logo em seguida, o pesquisador afirma que foi separado da família, revistado, e teve sua bagagem detida.

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Em entrevista ao portal Metrópoles, Diego disse que suas tentativas de explicar que ele era um pesquisador do governo brasileiro não surtiram efeito. “Eles nem me ouviam e nem me explicavam nada”, relembrou.

Diego trabalha há 13 anos na UFAL e estuda sobre enfermagem e serviços sociais. Ele iria dar aulas na Universidade Autônoma da Cidade do México durante um mês.

Apoio da Universidade Autônoma da Cidade do México

Pesquisadores do Centro de Estudos sobre a Cidade, da Universidade Autônoma da Cidade do México fizeram uma carta assinada. Eles denunciam a forma que os profissionais do aeroporto Benito Juárez trataram Diego e sua família. O documento cobra a reparação dos gastos e dos transtornos que foram gerados ao professor.

“A situação experimentada pelo doutor Diego de Oliveira é grave porque as autoridades migratórias mexicanas, ao deixar as pessoas incomunicáveis, as expõem a um estado de falta de defesa e esse ato pode ser caracterizado como uma desaparição forçada”, denuncia a carta.

O corpo docente da universidade também criou um abaixo assinado cobrando mudanças nas políticas migratórias mexicanas.

Retorno ao Brasil

Diego Oliveira aterrissou no Rio de Janeiro, no último domingo (29), com sua família. O pesquisador disse que teve que pagar pela estadia até que pudesse ir para Alagoas. Ainda segundo Diego, o seu passaporte e os de seus familiares foram devolvidos somente na chegada ao Brasil.

O pós-doutorado no México era um sonho profissional do professor e da sua equipe. No entanto, após a experiência traumática, Diego não possui mais a intenção de voltar ao país.

Uma professora que faz parte do grupo de pesquisa do pesquisador e que entrou no país sem problemas quer voltar ao Brasil e abandonar o pós-doutorado. Ela alega não ter condições psicológicas para continuar o curso.

Diego explicou que a Universidade Federal do Alagoas tentou contato com o Ministério das Relações Exteriores, mas que não obteve sucesso.

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