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Aquicultura sustentável avança como aliada na redução das emissões e impactos do clima

Instituto de Pesca aponta sistemas como algicultura e aquaponia como alternativas para reduzir carbono

Aquicultura contribui na sustentabilidade global por meio da criação controlada de organismos aquáticos

O agronegócio brasileiro possui um papel ativo no debate sobre o futuro climático, que terá o Brasil como palco durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). O evento reunirá líderes globais, cientistas e representantes da sociedade para debater ações de mitigação e adaptação diante dos impactos climáticos. Dentre as alternativas apresentadas, a aquicultura se destaca como uma das estratégias para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Segundo o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a aquicultura contribui na sustentabilidade global por meio da criação controlada de organismos aquáticos, que utilizam menos recursos naturais e emitem menos carbono que a produção de proteína animal terrestre.

Dentre os destaques de atividades aquícolas sustentáveis estão a algicultura (cultivo de macroalgas e microalgas, tanto de água marinha, água estuarina e água continental) e a aquaponia (produção de vegetais em um sistema de recirculação de água, onde se produz peixes, e as hortaliças crescem com os nutrientes ali disponíveis).

O Instituto de Pesca é uma referência nacional em pesquisa e desenvolvimento das áreas de Pesca, Aquicultura e Recursos Hídricos Pesqueiros e realiza projetos e programas que atendem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e se relacionam com as discussões que acontecerão na COP30, como algicultura, rações sustentáveis, sistemas de recirculação de água e outros, que contribuem para a redução de insumos com alta pegada de carbono, insegurança alimentar e alto consumo de água.

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Segundo Marcello Villar Boock, pesquisador científico do Instituto e diretor da unidade de Serviço Regional de Pesquisa de Pirassununga, “Nos últimos anos, temos realizado aqui em Pirassununga, em parceria com outros Institutos da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta) como o Instituto de Zootecnia, Instituto Biológico e Instituto Agronômico de Campinas, pesquisas e treinamentos focados na integração da aquicultura com a agricultura e pecuária, visando otimizar a reciclagem de nutrientes. Técnicas como a aquaponia e a utilização de resíduos sólidos da Piscicultura em Sistemas de Recirculação para fertilização de plantas forrageiras, podem reduzir significativamente a utilização de fertilizantes químicos e o consumo de água na agropecuária, o quem vem de encontro aos ODS que serão debatidos na COP30”.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.