Ouvindo...

Embrapa inaugura biofábrica para produção de insumos e defensivos contra as principais pragas agrícolas

A Unidade tem foco na produção e no aprimoramento de bioinseticidas, bioinoiculantes e outros microrganismos de interesse agrícola

Nova fábrica Embrapa - Foto: Guilherme Viana/Embrapa/Divulgação

A Embrapa Milho e Sorgo inaugurou no início de maio uma unidade-piloto para a produção de bioinsumos e de produtos biológicos à base de vírus e bactérias, para o controle de insetos-praga que afetam culturas agrícolas. De acordo com o pesquisador Fernando Valicente, o benefício principal desse controle é a substituição do uso de inseticidas químicos por biodefensivos naturais. “Dessa forma, teremos um produto mais puro quando ele for para a gôndola dos supermercados”, destaca.

A Biofábrica Embrapa, que tem foco na produção e no aprimoramento de bioinseticidas, bioinoculantes e outros microrganismos de interesse agrícola, está equipada com um biorreator de bancada que permite a condução de fermentações microbiológicas simultâneas.

A estrutura também apoiará ações de capacitação técnica de empresas associadas e validação de tecnologias. A unidade foi implantada na Embrapa Milho e Sorgo por meio de parcerias com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e com o Grupo Innovar.

Leia também

Pesquisa e tecnologia

A Embrapa Milho e Sorgo detém domínio tecnológico de uma Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatogênicos com cerca de 11 mil acessos preservados. A ampla biodiversidade da coleção permite o desenvolvimento de conhecimento, práticas e processos, bem como de ativos biológicos, a exemplo de bioinsumos, biotecnologias e biomoléculas, de alto valor agregado, com foco em controle de pragas, doenças, estresse hídrico e controle de crescimento. “A partir desses acessos, tentamos identificar uma bactéria ou um vírus que controle determinada praga específica”, explica Fernando Valicente.

“Após essa etapa, fazemos testes exaustivos e passamos para a escala piloto de fermentação ou de cultivo no próprio inseto e depois para a escala comercial”, complementa o pesquisador. “Em média, tentamos desenvolver dois produtos biológicos por ano, a partir de estudos prévios com isolados e pragas específicas”, finaliza.

No total, segundo Valicente, já são 14 produtos registrados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, lançados pela Embrapa, disponíveis no mercado.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.