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Tristeza Parasitária Bovina: Epamig apresenta soluções para controle da doença no rebanho

Complexo de doenças são transmitidos por carrapatos e insetos hematófagos, como moscas e pernilongos

Tristeza Parasitária é causada por dois agentes parasitários, o Anaplasma e a Babesia

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trabalham no desenvolvimento de estratégias para monitoramento, tratamento e controle dos agentes causadores e transmissores da Tristeza Parasitária Bovina (TPB).

A Tristeza Parasitária é causada por dois agentes parasitários, o Anaplasma e a Babesia, que são transmitidos por carrapatos e insetos hematófagos, como moscas e pernilongos. Os parasitos podem agir juntos ou de maneira isolada e causar prejuízos e perdas no rebanho.

“A TPB é um complexo de enfermidades muito prevalente, que ocorre com muita frequência em todo o Brasil, especialmente aqui em Minas Gerais. Causa anemia, imunossupressão, falta de apetite e redução de índices produtivos, como ganho de peso, produção de leite e eficiência reprodutiva na pecuária bovina de corte e de leite”, destaca o pesquisador da Epamig Daniel Sobreira.

Identificação e controle

Na última quarta-feira (7) o pesquisador e a professora da UFMG Camila de Valgas e Bastos apresentaram formas de identificação e controle da enfermidade. O curso teórico e prático realizado no Campo Experimental Santa Rita, da Epamig, em Prudente de Morais, fez parte da programação da Semana de Integração Tecnológica (SIT), promovida pela Embrapa Milho e Sorgo.

“O objetivo foi trazer uma especialista para falar um pouco sobre biologia, epidemiologia, tratamento, diagnóstico e controle. E, demonstrarmos na prática a coleta de sangue para a confecção do esfregaço sanguíneo, que é uma técnica de diagnóstico importante para monitorar o grau de anemia dos animais”, explicou Daniel Sobreira.

Além de aprenderem as técnicas para a coleta de sangue na jugular e nas pontas das orelhas e rabo, os participantes do curso puderam observar ao microscópio amostras de hemácias parasitadas com os agentes Anaplasma e Babesia.

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Desenvolvimento de anticorpos

Segundo médico veterinário da Embrapa, Antonio Candido, a primeira providência que se deve tomar é deixar os animais se infestarem com pequeno número de carrapatos para que eles possam adquirir a doença o mais cedo possível de forma branda.

No estudo da Epamig em parceria com a UFMG, a professora Camila de Valgas e Bastos chamou a atenção para o fato de que o objetivo do trabalho não é eliminar os agentes e transmissores, mas sim promover uma exposição controlada dos animais, especialmente bezerros, aos parasitos para que eles desenvolvam anticorpos que os tornem mais resistentes.

“O bezerro é mais resistente que o gado já formado, por isso, é interessante que já nos primeiros dias ele seja exposto a uma pequena quantidade de carrapatos para que haja imunização pelos anticorpos do colostro”, explica.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde