Ouvindo...

Com crise aviária e aumento da compra de ovos brasileiros, EUA permitem consumo por humanos

Estados Unidos importaram 503 toneladas de ovos do Brasil em fevereiro, um aumento de 93,4% em relação ao mesmo mês do ano passado

Exportações não impactam a oferta interna de ovos; alta no preço é por outros fatores

Os Estados Unidos importaram 503 toneladas de ovos do Brasil em fevereiro, um aumento de 93,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O aumento da compra dos EUA ocorre e meio ao surto de crise aviária, que limita a oferta da proteína no país.

Até janeiro, os ovos brasileiros eram usados apenas para ração no país. Agora, o governo Trump permitiu o uso dos ovos em alimentos processados, como misturas para bolo ou sorvete. No entanto, os EUA ainda mantém a proibição da venda dos ovos brasileiros in natura nos supermercados.

‘Somente exportamos ovos aos EUA para produção de pet food ou para termoprocessamento industrial’, afirma a ABPA.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país não permite a venda dos ovos in natura brasileiros por questão de segurança sanitária. Isso porque o Brasil é afetado pela doença de Newcastle (DNC) - um vírus que frequentemente mata aves.

Leia também

Alta no preço dos ovos é sazonal

A ABPA destaca que a alta do preço do ovo para o consumo no Brasil é sazonal, ou seja é normal para o período, especialmente devido a Quaresma - quando os católicos substituem a carne vermelha por carnes brancas e ovos.

Além do motivo religioso outros fatores afetaram o preço da proteína, como a alta do preço do milho - principal alimento para as aves - que acumula mais de 30% de aumento acumulado desde julho do ano passado.

Outro ponto é o calor extremo. O verão 2024/2025 foi o 6° mais quente da história do Brasil. ‘Há relatos de granjas com reduções de níveis de produtividade em torno de 10%, frente aos impactos térmicos do clima nas aves’, informou em nota a ABPA.

‘Vale esclarecer que as exportações não impactam a oferta interna de ovos. O Brasil deverá produzir este ano 3,6 milhões de toneladas de ovos, enquanto a exportação esperada é de 35 mil toneladas - ou seja, menos de 1% sobre o total produzido, o que é insuficiente para qualquer efeito de oferta’, ressalta a associação em nota.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde